31 de março de 2013

À nouveau..


Un petit déjà-vu, ce n'est que la langue qui change..

Je retombe sur toi, encore un matin qui détruit toutes les certitudes d'hier soir. Je n’ai pas de forces pour te lâcher, même si j'aspire à le faire, c'est plus facile de te tenir que de te lâcher. Je deviens carrément masochiste, j'aime quelque chose qui me détruit, je l'aime sans l'aimer, car ce n'est pas de l'amour, ce n'est qu'une pulsion qui me détruit, qui crie ton nom, qui l'écrit sur tous les murs, qui me plonge dans une mer de désespoir lorsque le soleil s'éteint. Et tu reviens, et je vole, et j'oubli d'où je viens, qui je suis, et je cherche tes lèvres.
Quelle impasse destructrice, quelle impuissance, mais putain, quelle énergie...
Et tous mes défauts s'exposent, un à un, ils défilent devant toi et je désigne l'alcool comme excuse. Je suis folle...je pleure, car même en connaissant tes défauts, je les aime, et merde, je sais que tu n'es pas quelqu'un pour moi, mais comment te lâcher? C'est toi...
Il pleut dehors, où es-tu? À qui donnes-tu ton corps aujourd'hui? Tu es néfaste, tu es une pieuvre, avec tous ces tentacules auxquels se collent plusieurs êtres, et tu les manœuvres comme des marionnettes, et tu les maintiens proches, et un à un, tu les manges, et ils t'aiment, et ils se laissent aller, et j'attends patiemment mon tours, et je suffoque quand je te vois prendre un autre…



Au moins, tu me fais penser en français...

29 de março de 2013

Desejando o inatingível

Tenho medo de ficar sozinha, tenho medo de ficar sozinha por escolha própria. Procuro o inatingível por ter medo de me envolver, porque por alguma razão, que desconheço, não consigo envolver-me sem achar degradante. De repente deixo de ser livre e dou-me a alguém, e vivo a dois, e deixo de poder desistir de programas que me aborrecem, que não me inspiram... Sou um ser egoísta, que se da a outro quando o outro não o vê. Que grita, que canta, que não se cala, esgotando toda a novidade que a música pode trazer, não deixando espaço para o silêncio, não deixando espaço para o desejo alheio. Pinto-me feia para que não me vejam, pinto-me feia para tornar o objecto visado em algo de inatingível  Ninguém quer coisas baixas, e eu reduzo-me a um nada, uma coisa assegurada que não vale a pena ter, pois anulo a possibilidade de luta e dou-me inteira a quem desejo. Cavo o meu próprio túmulo, sou um ser masoquista que nunca está feliz, que aumenta o ego dando o silêncio a quem não deseja, fazendo-os desejar, rastejar e correr atrás de mim, sabendo que nunca abrirei os braços àqueles que o fazem. E sei que eles virão, no entanto, também sei que faço o mesmo pelos outros, que me ajoelho, que rastejo, que corro, que me degrado, e que desse modo, nunca os terei. Por isso depreendo que não procuro ser desejada, mas arranjar um pretexto para estar sozinha. Mas parece tão real, anseio por estar a teu lado, por te amar e por ser amada, porém, sei que quando chegar ao pé de ti, serás apenas mais uma coisa por quem já não valerá a pena de me ajoelhar, rastejar e correr...E no entanto continuo dizendo que te amo, que és tu, que não é ele, e que todo o processo será compensado, por te amar, ainda que seja só por seres inatingível..

25 de março de 2013

Televisor

Imaginação, será esse o nosso problema? Eu digo-te, imaginação não me falta a teu respeito. Imagino tudo, até coisas que nunca vivi, e que nem sei como viver. Imagino o desconhecido, o néant, o invisível.  Imagino mil e uma coisas que nunca vi, que ninguém vê, mas que contigo veria. Tenho pensado em ti, tanto... E sempre que penso que as coisas estão bem, estragas tudo, deitas o meu televisor ao chão e saltas para cima dele partindo o vidro do ecrã. E eu vejo-te a fazê-lo, e choro em silêncio. Baixo-me para apanhar a porcaria, e volto para casa afim de o concertar. E concerto-o sempre, colando cada pedaço de vidro com fita cola, unindo cada pedaço. E volto a projectar nele todos os meus sonhos, e crio filmes, sagas, séries, sequências que tantas vezes se contradizem, mas que projectam sempre uma felicidade imensa.
E abraço essas imagens... São quase palpáveis de tão reais que são. Até consigo ouvir os sons! O teu riso! A tua forma estranha de pronunciar o meu nome! Outra vez! Por favor, outra vez, Leonor, sim, consigo ouvir! És mesmo tu? Como fazes para falar com tanta calma? Que sotaque é esse? Espanhol, francês? De onde vens tu? Quero que abras o teu baú e me mostres todas as fotografias esquecidas no tempo, todos os diários inacabados, todos os objectos inúteis pelos quais zelas tanto. Quero abrir o livro da tua existência e escrever nele. Quero que me mostres tu também o teu televisor, e quero estar nele! Quero que me mostres os teus projectos, quero estar sempre a teu lado, e quero que me vejas... por favor vê-me!
Tudo arde em mim, quero correr, quero lutar, ir atrás de ti, deixar tudo e todos, sair desta vida terrena, e voar, amar-te loucamente algures na Índia, em África  no deserto, na floresta, onde tu quiseres, mas ao sol! Quero que sejas parte de mim, dormir todos os dias abraçada a ti, ver-te dormir, ver-te correr, ver-te sorrir. Por favor, mostra-me o teu televisor, faz de mim a personagem principal, eu até me maquilho se quiseres! Por ti maquilho-me e até ponho um vestido! Estou-te a esboçar o meu televisor, por isso, por favor meu amor, deixa-me ver o teu!  Não me deixes nesta aflição, neste impasse, nesta angústia sem fim... Mostra-me o teu televisor... E se não for pedir muito... ama-me como eu te amo!

Equação

Eis um poema que encontrei num velho caderno

Problemas de coração,
Não se resolvem com uma equação,
São sempre imprevisíveis,
E às vezes impossíveis.

Não consegues encontrar a solução,
E com a ajuda da frustração,
Ficas para sempre tentando desvendar,
Esperando a um resultado chegar.

Por vezes podes nunca encontrar,
Ou podes simplesmente
Encontrar um diferente,
Que não fará a tua situação mudar.

O melhor é largares a caneta,
Respirar fundo, e passar a outra equação,
Que esta equação não quer uma etiqueta,
Colada no seu coração.

18 de março de 2013

Desejando o indesejável

É em momentos de extremo cansaço,
Que partilho com os outros um sonho,
Que anseio apenas por um pedaço,
Ao qual tantas vezes me oponho...

Uma banalidade que não ouso dizer,
Por ser um cliché sem poesia,
Por me querer fazer pertencer,
Ao rebanho; à grande maioria.

Quero simplesmente (direi baixinho,
Para não me ouvirem!)
Quero dar a mão e um beijinho,
E ouvir os outros a aplaudirem!

Quero espelhar a minha coragem,
E ter paz por um só segundo,
Agir como os outros agem,
Não querer ir contra o mundo...

Quero dar a mão a quem amo,
Recear com eles o risco,
Por tranquilidade eu chamo;
Uma vida sem poesia, sem isto...

Sem todo o tormento diário,
Todas as pulsões que me tramam,
Todas as horas a fugir ao dicionário,
A criar, a amar pessoas que não amam...

A converter manadas em identidades,
A fazer chorar quem se julga forte,
A correr atrás de vaidades,
Perdendo a sanidade, perdendo o norte.

E no fim, está sempre a desilusão,
Aquele poço de casa da minha avó,
Onde vi tantos animais caírem no verão,
Querendo-os salvar, mas estando só...

E lá ficaram eles, destinados à morte,
E eu impotente a vê-los morrer,
E eu contente de não ter tido essa sorte,
Como posso eu sorrir quando sou a única a viver?





15 de março de 2013

Levar-te-ei a ver o mar

Levar-te-ei a ver o mar,
E tu sorrirás ao vê-lo,
Sorrio ao imaginar,
E colo neste desejo um selo.

Envio-o para o outro lado do mundo,
E espero impacientemente...
Pedi-te a ti por um segundo,
Pedi beijar-te ardentemente,

Mil e um sonhos dentro de mim,
Mil e um sonhos por ti!

Ai (suspiro) porque sonho tanto?
Porque é que gosto de rastejar?
Depois admiro-me do pranto,
Que estou constantemente a cantar...

Ai meu amor, é por ti, és tu!
Desta vez é real, é amor,
E eis o meu corpo doente e nu,
Diante de ti e ao teu dispor!

Tigre de jaula, meu pássaro celestial,
Arranha-me com as tuas garras,
Que eu preciso do mal,
Que sinto quando não me agarras!

Larga-me! Não quero o que me abraça,
Porque me estás a agarrar?
Assim a vontade é escassa,
De correr e de rastejar!

Amo-te, musa inacessível,
Fonte de inspiração lunar,
Enquanto fores inatingível,
Levar-te-ei a ver o mar.

{E quando o virmos; tudo morrerá...
Serás apenas uma pedra da calçada,
Que todo o mundo, sem pena, pisará,
E toda a ida a ver o mar.... não valerá nada..]








6 de março de 2013

Buraco

Penso em ti. Penso com carinho, no quanto te amei, no quanto me fizeste crescer. Penso em ti. Penso para não pensar nela, no quanto a amo, no quanto ela me fará crescer. Porque o tempo passou, porque o nome mudou, mas a intensidade permaneceu. Amor, penso em ti, fecho os olhos, procuro-te, procuro aquilo que um dia vi em ti, e de repente....não há nada. Amor, não te querendo desvalorizar, que delírio foi este que vivi durante 7 meses? Guardo algumas imagens, desfocadas, da ultima semana, o resto sumiu, tudo existe apenas pela junção de palavras que me lembro de ter usado para relatar a nossa história... Nossa? Fui mesmo eu que a vivi? Não a terei imaginado? Sinto-me louca, sinto que acordei de um sonho do qual são escassas as memórias... Só pode ser um erro, o presente não tem fronteira com o passado, pois em nenhuma altura se ligam, o presente existe sem o passado, por uma vez, renasci, por uma vez, esqueci. E não será muito cedo para usar o verbo "esquecer"? Não será muito cedo para usar o verbo "amar"? Estou em constante sofrimento, a intensidade guardou o seu grau nestes últimos 4 anos, nunca deixei de sentir, nunca deixei de sofrer, nunca deixei de errar. Repeti vezes sem conta os mesmos erros, e cai tantas mais neste buraco, no mesmo buraco. Sinto-me tão bem, porém, uma voz diz-me que me estou a precipitar, e outra diz-me que tenho de correr, porque vou morrer, porque um dia deixará de haver tempo...
Será que é uma fase? Será que estou a forçar algo? A querer substituir aquilo que não se substitui? Será que vou acordar? Fica comigo, abraça-me, faz disto uma realidade, faz de nós uma certeza. Da-me mais, alimenta o meu sonho, alimenta-o porque sabes que doeu, porque sabes que preciso disto, fá-lo por mim, e fá-lo por ti. Fica comigo para que por uma vez seja verdade. Estou louca, não és tu, não é ela, é o sentimento, é o sofrimento, é este buraco, o mesmo buraco.

5 de março de 2013

L'envie

En français pour toi,

L'envie me prend par le bras,
Et te pointe du doigt,
Je te regarde silencieusement,
Pourquoi n'es-tu pas venu avant?

L'envie me pousse vers toi,
Loin de celle qu'est en moi,
Et en regardant ton sourire,
Tout le passé est prêt à mourir.

L'envie se met à réfléchir,
Et se disant qu'un jour on devra partir,
Me souffle quelques mots à l'oreille:
"Tu ne trouveras jamais quelqu'un pareil".

À ces mots, l'envie entra dans mon corps,
Brula le cadavre déjà mort,
Et me chanta à l'oreille:
"Tu ne trouveras jamais quelqu'un pareil"

L'envie tua toute la misère,
Des pulsions se réveillèrent,
Et l'envie me cria à l'oreille:
"Tu ne trouveras jamais quelqu'un pareil".

Troublée par le bruit de sa voix,
Une force me fit venir vers toi,
T'embrasser comme un chat sauvage,
Saluant des mains, ton corps et ton visage.

Et l'envie? Elle n’est devenue qu'un lointain écho
Presque muet, mais on parvient à cueillir des mots,
Un murmure, lorsqu'on ouvre bien l'oreille:
"Tu ne trouveras jamais quelqu'un pareil".

3 de março de 2013

Sonhando

Horas intermináveis que se sucediam,
Que vi chegar, uma a uma, nesta longa noite,
Procurando receber um sinal teu, em vão...

Tive sonhos que confundi com a realidade,
Serias tu a falar-me? Terei estado também na tua cama?

Vi-te a noite inteira a brincar com os meus sonhos,
A escrever o teu nome em cada um deles,
A apagar o nome que assinava os antigos,
E estranhamente, nem sinal dele...

Passei a noite toda contigo, abracei-te sem querer,
Andaste a noite toda a sorrir, a falar, a brincar,
Que quando acordei, já nem sabia se tinha sonhado...

O que me fizeste? Esta espera mata-me,
Conto as horas até amanhã, para te ver,
Para saber se o que fiz fora um erro,
Ou se fiz o que deveria fazer...

E é neste momento, apesar do sujeito ter mudado,
Que revejo os últimos meses e lamento,
O facto de nunca ter tentado,
O facto de não ter sido contigo...

Porém, o futuro é em frente, já arranjei um rosto, um nome,
Já arranjei um corpo, uma voz, uma identidade,
Já fiz dela parte de mim, já a trouxe para a minha mente,
Agora só falta amá-la como te amei a ti...

Afinal de contas, o mais difícil já foi feito,
A partir daqui é só voar...e o pior é que não há volta a dar....
Está feito, e é para sempre...