19 de novembro de 2020

 Andei esquecida de mim, enquanto me fui conhecendo mais a fundo. Entrei em aspectos do que sou, como se os mesmos fossem mais importantes do que os outros, agente agindo, ética Aristotélica. Não sou má por praticar o mal pontualmente. São mais os momentos em que tento ser simpática e boa e zelar pelo próximo, ainda que o faça por mim - afinal, se eu estiver a tocar é porque estou a existir. Nessa crise identitária, tropecei na minha raiva, na minha hostilidade, e reconhecê-la fora, porém, avassalador. Quem tanto se esforça para agradar ao outro e depois é acusado de o aniquilar "como ousam!". Vivi tanto esse aspecto que me esqueci que era agradável também. Não sou ser passivo, também posso escolher, assumir as rédeas da minha existência, não estou condenada a um qualquer fado, não estou protegida por esse marte/urano, não é ele que justifica. Todos os dias há uma oportunidade de ser.