12 de agosto de 2023

    Sabem quando estamos a aspirar os rodapés de uma divisão, e quando o aspirador passa, são removidas partículas que pareciam tão insignificantes, que nem percebíamos o quanto é que elas nos estavam a incomodar. Ou aquelas manchas na madeira, que hoje esfreguei, e só notei que não faziam parte dela, depois de as fazer desaparecer... Tudo é uma coisa só, insistia ontem o Paulo Coelho no Alquimista, só que ele contentou-se com a afirmação.
    Sabem... Quando há dois anos atrás o meu cão morreu, eu notei o quanto é que o meu cão me incomodava. Quando me vinham visitar e tocavam à campainha, o meu corpo entrava em stress total, tinha de me despachar a abrir a porta, para o meu cão parar de ladrar. Mas eu só pude contemplar o quanto isso me incomodava, quando ele já não estava lá. 

    Eu não pedi estar constantemente em LSD. É sempre a ambivalência que gera conflito... O gosto pelo holístico, e a necessidade de me atender ao detalhe. Tudo é uma coisa só, e no entanto, tudo é único e individual. Ambos estão certos. 

    Enfim, ninguém quer saber.