30 de novembro de 2013

Estou-me a perder. Estou-me a perder em ti. Sair do meu umbigo não foi fácil, por adorá-lo tanto, por fazer parte da minha essência. Porém, agir como um conjunto custa ainda mais. De repente, esqueço a minha palavra preferida; eu, e começo a usar o nós, aquela que sempre odiei por me reduzir apenas a um número, por insinuar que existe uma certa interdependência, e quão assustador é o facto de não contar apenas com o nosso próprio ser? Precisamos dos outros, é certo, contudo, o papel relevante é sempre o nosso. Temos as armas suficientes para atingir o infinito, não temos é sempre a motivação para o fazer. Descobri que o infinito é um pouco solitário, e que se aproveita melhor na companhia de alguém que nos é querido. Daí eu hoje te dar a mão, e usar o nós, e não me importar de viver da felicidade, aquela que evita que eu cante o meu pranto, aquela que desperta o tempo, um cronómetro a decrescer, mas quanto tempo faltará? Todavia, todo este processo, de viver a dois, exige algumas filtragens. Aprendemos a medir palavras, a medir acções, para evitar qualquer tipo de reacção negativa. Porém, há leis que prevalecem, coisas às quais não podemos fugir, como por exemplo, ao nosso ser. À medida que o tempo passa, os filtros são cada vez menores, porque aos poucos o tempo foi revelando alguns defeitos que procurámos ocultar. 
Procuraste-me, alimentaste-me, levaste-me para tua casa, sentei-me à mesa com a tua família, pediste para que ficasse, e eu entreguei-me a ti, acreditei em nós, e dei-te tudo o que me foi possível. Escolhi abdicar de mim para te manter na minha vida, decidi que queria ser melhor, e que me podias tornar alguém de melhor, de menos narcisista. 
Mas hoje, num dia tão vulgar, porque raio é que eu sinto que agarro uma mão que não me agarra? 

Voltaria a entregar-me a ti, repetidamente.


Tu voulais du médiocre et moi j'en avais pas,
Tu voulais l'univers et moi je n'avais que moi,
Tu voulais le silence quand j'étais que musique,
Qu'on marche parallèle quand j'allais qu'à l'oblique,
Tu voulais des rivières au milieu du désert,
Tu voulais les voyages, moi j'étais sédentaire,
Que je fasse des chansons qui m'emmènent aux sourires,
J'y peux rien moi je n'ai que des larmes à leur dire
Et des plaines de pluie pour unique empire.

Quand je serai parti que lira mes poèmes,
Un autre romantique qui se verra en moi,
Il se dira sans doute: "Oh c'est beau comme il l'aime! "
Mais qu'il sache que je n'ai jamais aimé que moi;
Qu'au lit ou dans le cœur l'égoïsme est la mère des générosités.

Que les femmes me pardonnent de n'être fait pour elle,
D'être comme un nuage qui recherche son ciel !
De n'être qu'un navire toujours à la détresse,
Et cette envie de fuir de ceux qui sont en laisse !

Pardonnez-moi vous tous qui vous liez les mains;
Vous qui pensez qu'à deux vous ferez mieux le chemin,
Vous qui penserez que l'autre vous sauvera la peau,
Alors que de votre âme il fera des lambeaux !
En amour que l'on soit le plus grand des guerriers
Ou la triste brebis qui cherche le berger,
On finit tous à terre à chercher les morceaux,
Au bord du précipice à deux pas du grand saut,
A deux pas du tombeau.

17 de novembro de 2013

Linha

Que angústia sem fim. O tempo passou, a minha vida deu mil voltas, passei por muito, subi do submundo até ao céu, todavia, tudo me parece tão triste. Este sentimento de instabilidade, de que o tudo se torna em nada, e a verdade em mentira, e os acontecimentos em recordações, está a destruir qualquer réstia de esperança. Sou sempre a mesma, Desta vez é real, e é para sempre, É sempre desta vez que é para sempre. Mas tudo passa, e tão tristemente padece.
Eles padeceram, e nós havemos de padecer também, e a dor da perda, aquela que mantêm o objecto vivo, também ela há de padecer.
Tudo o que nos resta é o momento presente, aquele que detemos nas nossas mãos, um simples segundo, totalmente mortal, um ponto, perdido numa longa recta que nos conduz directamente à morte.
Muitos pontos, poucas linhas.
O que fazer desta vida? Pontuar o mais possível? Para quê? Uma vez que atingirmos a meta, ficarão apenas cinzas.
Já não sei se acredito em linhas, e já não sei se tu e eu podemos traçar uma.
Haverá alguém que consiga traçar uma paralela à minha vida? Alguém que esteja lá para me ver a pontuar...
Fica comigo, traça a puta de uma linha comigo!!!!