23 de setembro de 2009

Adeus Verão

Hoje é dia de promessas, o dia escolhido para de alguma maneira resumir este verão que já passou.

O verão, tão longo e tão curto. Teve dias de desespero, de tédio, dias nostálgicos tentando relembrar aquela rotina e aquelas caras tão familiares e quase esquecidas. Estes mesmos mais tarde compensados pelo grande mês de Agosto, aquele que cumpre sempre as expectativas.
Deixei de fazer anos, deixou de ser um interesse. Pois à medida que os anos passam, a hora de sair daquele liceu aproxima-se cada vez mais. É um ambiente do qual eu não quero abdicar pois a adoração é tão vasta que morreria se o quitasse.
E...apesar de tudo, não quero morrer. Há uns dias, pensei que a minha vida ia acabar, pois de um momento para o outro, deixei de ter problemas as pessoas tornaram-se indiferentes. E isto teve consequências, levou-me a cometer uma loucura, escrevi qualquer coisa no braço, qualquer coisa que demorará tempo a desaparecer. Não escrevi, simplesmente os cortes formaram letras que juntas formaram uma palavra. Arrependo-me, envergonho-me. Agora é tarde.
Hoje a curiosidade é demasiada para não querer prosseguir, curiosidade pelo desconhecido. 

E assim me despeço do verão, com carinho e saudade que já se adivinha. Promessas de uma vida mais longa do que inicialmente prevista, sem sofrimento.

5 de setembro de 2009

Quero o tempo que passou.

O ar está pesado, doí me o corpo, doí me a mente. Não amei mas gostei, isso chegou. Agora o que resta? Apenas uma recordação de alguém que de mim fez parte, de forma tão diferente. Nada foi concreto, dele restou a saliva que deixou ao enrolar sua língua na minha. Nem uma imagem, nem um colar, nem um casaco, nada de nada. Ele não era importante até me deixar. Foi nessa altura que me apercebi que gostava do que estava a acontecer, gostava de me sentir amada, desejada. Agarro-me a essa recordação, pois é isso que resta dele. Lembro vagamente da sua cara, sei que tinha uns grandes olhos azuis, lembro-me também que lhe começava a crescer o bigode pois sempre que as nossas bocas se juntavam, eu sentia qualquer coisa que me incomodava, mas não o suficiente para parar. Lembro-me do nariz, aquele que ele fazia tanta questão de roçar no meu, delicadamente, demonstrando afecto. Seus dedos no meu pescoço, o seu cheiro... Eu ficava satisfeita, sentia me feliz. A maneira como ele falava, mostrava ser tão seguro no que dizia.
Tenho saudades.