13 de setembro de 2017



Não te vi chegar,
Quando percebi já eras sopro em mim,
Já tinhas desarrumado a minha vida,
Espalhado as tuas roupas nos seus recantos

Recuperei o sorriso que havia perdido
naquelas fotografias que ficaram no armário,
Num qualquer que nunca mais ninguém abriu.

Sabes-me a casa, ainda que nunca 
te tenha provado,
E eu sou pequenina outra vez para caber 
nos teus braços.

Não interessa mais encontrar quem cavou 
este vazio em mim,
Basta olhar para ti para saber que estás 
para ele como eu estou para ti,
Que o vais decorar, e que um dia o vais 
cavar,
Ainda mais

Como aquelas que navegaram para 
novas terras, 
onde semeiam certamente 
novas promessas.

Eu nunca quis partir,
Gosto demasiado do amor para não aceitar 
que dele também ecoa dor,
E que não é a filosofia que nos dá vida, 
mas precisamente a ausência dela.

Se a sede que tenho de te provar é ou não 
fruto da minha triste infância?! 
Quem sabe se não seria uma advogada de
sucesso,
Só não seria eu.


Quem age com a cabeça é certamente um 
bom estudante.
Posso reagir, e cair porque não vi que 
havia um riacho entre nós,
Mas eu cair não invalida o riacho,
E depois, posso sempre nadar...