Não te vi chegar,
Quando percebi já eras sopro em mim,
Quando percebi já eras sopro em mim,
Já tinhas desarrumado a minha vida,
Espalhado as tuas roupas nos seus recantos
Espalhado as tuas roupas nos seus recantos
Recuperei o sorriso que havia perdido
naquelas fotografias que ficaram no armário,
Num qualquer que nunca mais ninguém abriu.
Sabes-me a casa, ainda que nunca
te tenha provado,
E eu sou pequenina outra vez para caber
nos teus braços.
Não interessa mais encontrar quem cavou
este vazio em mim,
Basta olhar para ti para saber que estás
Basta olhar para ti para saber que estás
para ele como eu estou para ti,
Que o vais decorar, e que um dia o vais
cavar,
Ainda mais
Ainda mais
Como aquelas que navegaram para
novas terras,
onde semeiam certamente
novas promessas.
Eu nunca quis partir,
Gosto demasiado do amor para não aceitar
Gosto demasiado do amor para não aceitar
que dele também ecoa dor,
E que não é a filosofia que nos dá vida,
E que não é a filosofia que nos dá vida,
mas precisamente a ausência dela.
Se a sede que tenho de te provar é ou não
fruto da minha triste infância?!
Quem sabe se não seria uma advogada de
sucesso,
Só não seria eu.
Só não seria eu.
Quem age com a cabeça é certamente um
bom estudante.
Posso reagir, e cair porque não vi que
havia um riacho entre nós,
Mas eu cair não invalida o riacho,
E depois, posso sempre nadar...
E depois, posso sempre nadar...