25 de novembro de 2011

bla bla bla

É quando as portas se fecham que outras se abrem. Até elas se abrirem ficamos presos numa sala de pânico. Entregues a nós mesmos. Não é fácil gerir o tempo, não é fácil não cairmos em erro. As miragens estão por todo o lado, em que confiar? Há perigos, há armadilhas, há muito mal. As portas abrem se. Não se abre uma de cada vez, abrem se todas em simultâneo. Por que caminho ir? Normalmente escolho sempre a esquerda mas se calhar é por isso que a minha mágoa é tão grande. Se olharmos bem para a figuração das coisas apercebemos-nos que o mal está à esquerda. Na frise chornologique o passado é à esquerda, na noção de bem e mal, o mal está à esquerda. Então por quê a esquerda? Será o meu masoquismo a falar? Terei eu o diabo dentro de mim? Ou será apenas o meu espírito contraditório?
Hoje é dia de festa, no entanto não é a minha festa. O meu tempo já passou há muito tempo. Finalmente percebi que preciso de um amigo mais do que de um namorado. Preciso de um amigo como um dia tive. Mas uma amizade constrói se aos poucos e o meu mal foi pedir urgência e tentar forçar as coisas. Pedra a pedra até construirmos um castelo. Não podemos ignorar as mais pequenas porque podem ser decisivas.
Ainda estou a recolher pedras, ainda não tenho muitas mas dou valor às poucas que tenho, afinal de contas, é melhor pouco do que nada. Toda a gente tem algo para dar, não vou negligenciar ninguém, vou continuar em frente com quem me quiser acompanhar. Só trabalho com quem quer, o resto não serve para nada. O sonho comanda a vida e o meu está cada vez mais perto de se concretizar.

19 de novembro de 2011

Porto

Uma grande cidade,                    Grande em tamanho,
Com imensa vaidade,                  Um Porto estranho,
Vida e simpatia,                          Com algum ódio
Uma harmonia,                           Nunca no pódio

Uma fantasia,                              A falsidade é
Uma alegria,                               Chutada pelo pé.
Arrogância não,                          À segunda feira,
Não, jamais então                       Há sol na Ribeira

Ódio contra nós?                        Há muito ciume,
Da batalha à foz,                         Daqui, do seu perfume.
Ouço um só hino                         Contr'a minha cidade,

"Porto a capital",                         Grita aquela gente
Seria genial,                                Num mundo diferente
Ao beber um fino!                       Sem sobriedade.


Poema que pode ser lido de duas formas, inspirado em Camões.

14 de novembro de 2011

Halloween

Gato e Rato

Lutei, tive e tentei esquecer. Sempre que tento esquecer, essa coisa persegue me, corre atrás de mim e eu estúpida vou na conversa e agarro me a esse braço de luz. Infelizmente a luz apaga-se e quando isso acontece, já estou demasiado agarrada para largar. A história repete-se constantemente. É um circulo que parece estar cerrado... É um teste? É de propósito? O pior é que essa luz diz me para ir conhecer a sombra porque não me quer ver, e eu vou, mas ela vem atrás de mim! Que contraditório... Será que é só para manter uma alternativa ou será inconscientemente? Estou confusa [...] Vou tentar não cair na teia, vou me agarrar às más recordações, principalmente à ultima que guardo. Dolorosa e incisiva... O dia vai chegar, vou poder respirar! Liberdade é uma coisa que não é frequente no dicionário de um escritor. Não sou diferente, tenho os mesmo vícios e as mesmas prisões.
A melhor promessa que fiz foi a de nunca mais escrever para aquela segunda pessoa do singular, isso ajudou me a manter a distancia com um vago ele. O gato não vive sem o rato, é um bem essencial para a sua alimentação, e o rato? Ele por mais que fuja do gato, sente a sua falta, sente a falta da adrenalina e da atenção que lhe é atribuída. Se repararem, entre rato gato só muda uma letra, eles são iguais mas com uma pequena diferença. Eles fazem parte da mesma natureza e do mesmo ambiente, a sua ligação é demasiado forte para acabar.

12 de novembro de 2011

Deux hirondelles

Pour Andrea et Antoine,

Deux hirondelles,
S'interpèllent,
Dans une mer d'illusions,
Et de contradictions.

Un regard, une main, une bouche,
Deux âmes qui se touchent.
Et c'est dans leur nid,
Qu'ils retrouvent leur ennemi.

La flamme s'éteint,
Mais l'amour ne voit pas la fin,
Et trouve sa stabilité,
Soutenu par l'amitié.

Deux hirondelles s'embrassent,
Se menacent,
Atravers la musique,
En leur donnant une fin épique.

Para todas as Mulheres

As mulheres, tanto tempo criticadas,
Tanto tempo apartadas da sociedade,
Tanto tempo excluídas mas amadas,
Não pela razão mas sempre pela vaidade.

Muitos vi carimbando a história,
Muitos homens egoístas e fingidos,
Reclamando regularmente a glória,
Avançando em grupo, avançando unidos.

Marilyn Monroe, Jeanne d'Arc, Anne Frank, Florbela,
Grandes mulheres face a grandes homens:
Victor Hugo, Gandhi, Kennedy, Mandela.

Vão mais além, voem, espantem as nuvens!
Amigas, hoje proclamo a liberdade!
Apelando à vossa criatividade!

6 de novembro de 2011

Pequena reflexão sobre o tempo.

Que estranho, crescemos tão rapidamente... Ainda ontem éramos apenas crianças que jogavam à apanhada e às escondidas... Já foi chocante chegar à fase em que as minhas amigas começaram a "curtir", e depois em que começamos a beber, de seguida a fumar e a ter namorados, deixámos de ser tão mesquinhas e aprendemos a aceitar os outros como eles são. Noitadas até às sete da manhã era o que nos esperava, assim como exames. Mas agora...o pessoal tira a carta de mota, e muitos aparecem de mota e outros de microcar? Qual vai ser a próxima imagem que vou ter? Universidade, Trabalho, Casamento e Filhos? Assusta me o passar do tempo. Eu tenho a noção de que cresci mas estranhamente só me assusta nos outros. É ao olhar para eles que me vejo a mim própria. Aí tempo! Não corras, qual é a pressa? Respira um bocado fazendo uma pausa. Quem te espera? Fica aqui, anda ao nosso ritmo, anda mais devagar.

3 de novembro de 2011

O mastro.

Pronto já está. Já me voltei a entregar às linhas deste caderno. Cá está a Leonor de volta. Voltei... tinham saudades minhas? Eu não. Eu gostava da liberdade da minha mente, que diverge e confunde tantas ideias e que quando as emite, tem a certeza de que elas serão passageiras, e se erradas, serão esquecidas. Enquanto aqui no papel, tudo tem mais peso e só sou livre de relatar a realidade, tendo em conta a aceitação dos leitores e o mau-olhado. Já esgotei as minhas forças revolucionarias, agora respeito a paz, num banho de revolta. A revolta é interior e vomitá-la só traz mais guerras e mais confusão, e eu não posso entrar nesse meio pois perdi a minha armadura.
Estou na aula de Francês e a apreensão percorre o meu pensamento; A motivação do inicio do ano está a decrescer progressivamente. Lá está a velha história do meu bisavô: "crescer é fácil, o difícil é manter, e basta uma mínima coisa para cair". A tese não foi feita assim, ele utilizou uma longa metáfora: "Num barco, fixar o mastro é fácil, mas para ele não cair são precisos brandais, e basta uma peça se partir para todo o mastro cair". E sem mastro não há vela, e sem vela o barco não anda. Ele aplicou isto à empresa do meu pai mas no final descobri que tal coisa se aplica a tudo na vida.
Eu sou frágil, os meus brandais não foram muito bem construídos, o meu mastro é instável e tantas vezes preciso de parar o barco e de arranjar os tais brandais. Com o tempo necessário, aperto os parafusos e depois sim, posso continuar a minha viagem.
Chega! Chega de distracções! O meu futuro está nesta sala, estas duas horas vão valer ouro, não posso parar, não agora! Vou caçar as velas e entregar-me ao mar.