14 de setembro de 2023

Em setembro de 2001
Passava os recreios
A olhar para as amoreiras;
O barulho dos aviões,
As nuvens que davam a sensação
De que as torres estavam a abanar.

E eu a controlar as amoreiras,
Como se o facto de estar atenta,
Fosse minimizar os danos,
Ou proteger-me de sofrer. 

Em 2001 já havia um avião 
Prestes a embater
Na minha estrutura familiar.
Eu já o estava a ver
Antes de ele chegar.

Em breve tudo se dissolveria, 
Ficariam álbuns de fotografias
Para eu encontrar 
Nas ruínas do que fomos.

O atentado levou a um aumento de segurança
Eles fecharam-se dentro de si,
Os outros passaram a ser para eles ameaçadores,
E assim se fecharam para mim.





Nunca mais os outros foram os mesmos
Depois de setembro de 2001.