Passava os recreios
A olhar para as amoreiras;
O barulho dos aviões,
As nuvens que davam a sensação
De que as torres estavam a abanar.
E eu a controlar as amoreiras,
Como se o facto de estar atenta,
Fosse minimizar os danos,
Ou proteger-me de sofrer.
Em 2001 já havia um avião
Prestes a embater
Na minha estrutura familiar.
Eu já o estava a ver
Antes de ele chegar.
Em breve tudo se dissolveria,
Ficariam álbuns de fotografias
Para eu encontrar
Nas ruínas do que fomos.
O atentado levou a um aumento de segurança
Eles fecharam-se dentro de si,
Os outros passaram a ser para eles ameaçadores,
E assim se fecharam para mim.
Nunca mais os outros foram os mesmos
Depois de setembro de 2001.