4 de dezembro de 2016

Neste espaço tempo em que não existes, 
sou subitamente arrastada para aquelas manhãs de Dezembro,
de um outro ano, 
em que o sono era menos do que o cansaço, 
em que o silêncio que ela escutava,
era fruto da azáfama dos diversos pensamentos
que dentro de mim gritavam.

Foi um mês curiosamente iluminado por um sol distante, 
que nos lembrava aqueles tempos, 
igualmente distantes,
em que tínhamos sido felizes pela ultima vez. 

Neste espaço tempo em que não existes, 
sou invadida pela mesma mancha preta que fora entornada para dentro de mim, 
e se fora alastrando e contaminando tudo o que havia construído. 

Os pilares que fora erguendo ao longo dos anos começaram-se a corromper, 
a deixarem-se derreter até atingir o estado liquido,
e serem confundidos, esquecidos e indiferenciados... 
Era tudo a mesma coisa, 
a mesma dor transportada para todas as estruturas
que eram agora mistura homogênea...









por favor, não abandones os meus dias