18 de novembro de 2014

Vejo como maltrataste aqueles sete meses em que a nossa vida andou ligada, vejo como os sujaste de sangue, como os quiseste apagar com a borracha que tanto insistes em agarrar. Serei a única a relembrá-los a cores? Serei a única que não os quer esquecer? Foste sol, e mesmo que hoje andes a aquecer outro planeta nos confins do universo, mesmo que me tenhas deixado desamparada às escuras e ao frio, mesmo que tenha precisado de meses até encontrar outras luzes, relembrar-te-ei sempre como um sol. Para quê querer de ti ocultar o carinho que ainda tenho? 
.......e que carinho!

Também me vês nas ruas que já foram nossas?


3 de novembro de 2014

Fecho os olhos, e de repente és tu ao meu lado no carro, é de noite, está frio, o rádio canta as músicas do antigamente, e sinto de novo a tua mão áspera no meu rosto cansado e repousado sobre o teu ombro, sinto o cheiro dos teus cabelos, os teus lábios, a minha mão na tua... Para onde íamos?

Às vezes esqueço-me que foste sol. 

Esperei por ti todos os dias desde que partiste, não para te ter, mas porque sempre pensei que a nossa casa fosse quente o suficiente para te trazer de volta.

Sinto-te a desaparecer, devagar, sem deixar vestígios, nada que me ajude a relembrar-te.. Que deselegância deixar-te partir assim de dentro de mim, eu que disse que te daria toda a minha vida, que lutaria por nós mesmo quando já não me visses... Espero que saibas que encontrei paz sem ti, mas que todos os dias há algo que te traz a mim, porque tu és parte de quem sou, és parte de onde venho. 

Estás em cada linha, em cada passo, em cada suspiro, como a lembrança de lugar onde fui feliz.

Com muito carinho e para sempre tua.