30 de abril de 2011

Motivação.

Sabem qual é que foi a primeira coisa em que pensei hoje de manhã? Pensei que a partir desse momento, já nada me interessava, as pessoas iam deixar de tomar um papel importante na minha vida. Ia passar a ser uma pessoa menos altruísta, isso ia-se tornar numa defesa. Porque tenho sofrido por ser tão boa para os outros, por pensar em mim no fim. Mas agora, depois de ter visto um filme espectacular, tipicamente americano, onde a esperança está sempre presente, deixei-me influenciar por ele e isso levou me a esquecer o que tinha pensado hoje ao acordar. Podemos ser tudo aquilo que sonhamos, podemos ter tudo, podemos ser realmente felizes, basta ter fé e trabalhar para isso.
Esta noite sonhei com cobras, milhares de cobras de água que nadavam ao meu lado. Uma delas mordeu-me sem eu ser capaz de me defender ou de fugir. Qual é a conclusão que tiro deste sonho? Não saberia responder à pergunta se não tivesse ido procurar ao dicionário dos sonhos e eis o que encontrei: "Sonhar que uma serpente lhe ataca se traduz como uma traição que vem da pessoa menos esperada". Este sonho resumiu o dia de ontem, ou pelo menos a imagem que tirei dele. Porque pode não ter sido assim tão grave, mas como me encontrava desprevenida, isso atenuou a gravidade. Porque era uma pessoa que admirava, era alguém que defendia e senti esse ataque como algo muito maior. Tenho visto as pessoas a aproveitarem-se de mim, eu não sou ingénua, eu consigo ver. Mas eu estou pronta a dar esse bocado de mim para que os outros estejam bem. Isso requer para todo o meu projecto, eu estou pronta a morrer para salvar o mundo. Isto sou eu. Estou sempre pronta a dar sem receber, apesar de isso pesar, apesar de não ser a coisa mais motivante. Só quero resultados, só quero chegar a um ponto em que acredite que já não sou precisa. Quero poder ser inútil por já ter sido tão útil. Não me faço entender, estou a escrever rápido, não estou a reler, porque vejo alguma urgência em soltar estas palavras. Porque uma vez que ficarem gravadas neste papel, é porque alguma vez pensei assim, é porque acreditei. E isso sim motiva-me. E vou em frente.

27 de abril de 2011

Le Bonheur de Pâques

Estou cheia de sono mas ia fazer um esforço para te ver hoje por ser a tua última noite em Portugal. Mas agora que penso...para quê? Vais te embora amanhã, e eu vou ficar. Não quero ter saudades tuas. Sei que se te visse hoje, teríamos uma noite fantástica. Se calhar por isso é que tenho medo. Chega de amores impossíveis. Chega de saudades. Não passaste de uma pessoa espectacular que conheci e que veio preencher as minhas férias, e até carimba-las. Quero olhar para trás com um sorriso enorme, com memórias felizes, com carinho, mas nunca com nostalgia. Eras quem procurava discretamente. Vi te e quis. O melhor disto tudo é que tive. Acho-te piada, acho-te parecido comigo, acho-te amoroso mas acabou aqui. É assim a vida, as pessoas vêm e vão conforme o Destino manda. É triste haver um limite, é triste que a vida seja tão rigorosa. Ter um prazo é sufocante. Temos de filtrar os sentimentos para equilibrarmos a nossa alma. Não podemos cair no erro estúpido de nos agarrarmos demais. Somos simplesmente levados pela corrente e esperamos até chegar à foz do rio onde somos libertados e separados. E vamos ser, não há nada a fazer...
Mas a nossa história tem piada, olho para ti, e vejo um miúdo lindo, olhos pequenos, redondos, azuis. Cabelo claro com um corte pertinente. Tamanho mediano, óculos alternativos, sapatos clássicos, estilo diferente do Português. Mas acima de tudo, vejo que o teu futuro não vai ser fácil, leio incertezas na tua cara, vejo insegurança nos teus gestos...não comigo, com o teu grupo. Vejo que as raparigas adoram-te, elas vêem-te como um irmão. Vejo o brilho nos teus olhos quando olhas para os teus amigos e depreendo depois disto tudo, que tu, meu amigo, tens os dias contados no meio das mulheres..

19 de abril de 2011

Pesos negros.

Hoje carrego com dois pesos negros dentro de mim. Onde está a chave da libertação? Sei onde está uma delas mas e a outra...? Onde procurar? Não poder fazer nada é a pior sensação do mundo. Basta me uma palavra para apagar um deles mas o meu orgulho supera tudo. E encontro me aqui, sem saber como resistir. Evitando esse problema até ele se resolver sozinho. Estou sem forças. Não me apetece discutir. Não me apetece ouvir verdades. Apetece me ter uma boa noite de sono.
Eu falhei hoje. Falhei como pessoa, falhei como melhor amiga. Melhor amiga que não sou. Nem nunca fui. Sempre estive na fila mas nunca chegou a minha vez. Nunca me preocupei porque esse estatuto não era essencial. Mas pesa, pesa ver toda a gente a passar me à frente e tu a deixares. Tu a veres me e a rires te. Fazes pouco de mim e eu deixo me levar com uma passividade invejável. Não quero mais saber dos teus filmes, quero ser feliz, quero que me deixem em paz, e quero acima de tudo, sair da fila.
O outro peso negro divide-se em dois. São duas pessoas distintas que me dão um significado à vida. São o prémio pelo qual tanto luto. É a razão para acordar de manhã. O único se não é o facto de eu não ter mais forças para lutar. É o facto de eu estar estendida no chão, de olhos abertos a querer defender me e a saber que tenho de reagir, mas a ficar paralisada na mesma posição pois os músculos deixaram de obedecer ao cérebro. Hei de continuar. O desprezo que me dão só alimenta o meu espírito de vitoria. A confiança que tenho em mim diz me para lutar, diz me que vou vencer mas as memórias lembram me o quanto é que eu falhei e fazem me recuar. Vou dar dois passos para traz, pode ser que assim ganhe algum balanço e chegue mais depressa.

Afinal a culpa da minha mágoa não é da Rotina. É talvez de mim mesma.
Sinto me tão vazia...
Parabéns Indiana, I'm so sorry.