31 de dezembro de 2012

2012/2013

O que dizer sobre 2012? Procuro nos arquivos deste blog um texto que salienta todos os desejos que eu tinha para este ano, e depreendo ao lê-los que foi um grande ano, foi um ano de progressos, de grandes alegrias e de grandes tristezas. Foi um ano de experiências que não procurei por curiosidade, que vieram ao meu encontro sem que eu as chamasse, coisas que me fizeram crescer mais do que me magoaram, pois surpreendentemente fui matura o suficiente para lidar com elas da melhor maneira. Foi também o ano em que começaram várias coisas novas na minha vida, em que comecei a viver sozinha, a ter cartão multibanco, a viver onde sempre quis, no centro de Lisboa. Foi um ano em que viajei muito, em que fiz amizades em todo o lado, em que vivi num hostel e era obrigada a conviver diariamente com estranhos que mais tarde passaram a ser grandes amigos. Foi o ano em que finalmente tive quem eu sempre quis porém já não era aquilo que eu queria, era apenas uma ilusão, então foi fácil esquecer. Mas nada disso teria sido possível sem que aparecesse outra pessoa, alguém que mudou a minha vida sem procurar mudá-la, alguém que fugiu logo a seguir a mudá-la, mas por quem guardo um carinho muito especial, bem que por vezes seja tentada a amá-la afim de colher tantos textos como fizera em Outubro, textos que eu procuro mas que a afastam, e que mesmo assim são escritos e são publicados, a conclusão é que não a quero, quero apenas o que ela me da. Egoísta, tenho sido mais egoísta neste ultimo ano, assim como egocêntrica, tenho sido má, preguiçosa, suja de vícios, uma ratazana que vive na rua e que viverá para sempre nela.
E afinal o mundo não acabou, e há mais para viver, e aqui vem mais um ano decerto ainda mais recheado de bons momentos, que promete mudanças ainda maiores.
Só tenho um desejo para o ano de 2013, que este ano não escreverei pois há sempre aquele mito de não se concretizar quando partilhado, então por prudência não o direi, mas os meus punhos estão fechados assim como os meus olhos, e peço com muita força a Deus ou a quem for que concretize este único desejo, porque se ele não se concretizar, deixarei de acreditar que basta acreditar e tudo perderá a piada pois descobrirei que nem tudo está nas nossas mãos...enfim...
Bom ano, e bebam com moderação!

26 de dezembro de 2012

Não acreditas em ti, não acreditas que alguém te pode amar como eu te amo. E não me levas a sério, e foges, e chamas-me de romântica. Não te quero ter, acho que quero mas escrevo estes textos que te assustam, que te afastam, que me roubam qualquer possibilidade de estar contigo. E eu continuo afastando-te achando que te desejo. Se calhar é aqui que quero estar, a sofrer, a viver o amor impossível que só eu criei. E se calhar tens razão, se calhar eu não te amo. Porém parece ser tão real... não sei se é amor, se é frustração, se é a novidade, se é um exagero ou qualquer outra coisa, a verdade é que eu sinto com todos os órgãos do meu corpo que te desejo, e que iria até ao fim do mundo para te ter. E depois penso que já te poderia ter tido, que joguei as cartas erradas, que o jogo já podia ter acabado com uma vitória para o meu lado, e que se calhar ainda posso mudar o meu resultado mudando a estratégia, no entanto sou demasiado impulsiva e parece que procuro o insucesso...

O que é que faltou? Porque é que fugiste quando tudo estava bem? O que é que eu fiz de mal? O QUE É QUE ME FALTA?



22 de dezembro de 2012

The end

Nunca. Pela primeira vez deixei de acreditar e escolhi deixar-te voar. Fazes-me mal. Vimos-nos e o vazio não desapareceu e a ele juntou-se a raiva. Não é isto que procuro, sob pressão sou extremamente desajeitada e não gosto de o ser, e o tempo esgota-se, e eu continuo só. Não só arrancaste pedaços de mim como os guardaste numa gaveta. Humilhação. Pisaste-me sem intenção, o mal estava no teu inconsciente que dava uma certa seriedade à tua cara, e fugiste quando era suposto provares que não o fazias. Baixarei os braços, não terei aquilo que quero, pela primeira vez. Acabou, gostava de acreditar que ainda há esperança, mas acabou. Tens pessoas a mais na tua vida, estranhos que não procuro conhecer, tanta escolha, tantas pessoas a quem dar atenção. E é menos que me dás, e é mais que procuro. Tenho vergonha da maneira como me deixei pisar, fui fraca, dei os passos errados na ordem errada e deitei-me no chão para que o fizesses. Criei esta situação procurando inconscientemente a dor e alguém que a provocasse. E cá estás tu com uma lima na mão sempre a raspar nas minha costas já em sangue. O teu nome ecoa na minha mente, e eu tento apaga-lo afim de jamais voltar a prenuncia-lo, porque me sinto nua, porque me sinto inibida e tenho vergonha da minha imperfeição. Não quero voltar a ver o desprezo estampado na tua cara, é demasiado doloroso pois não é o olhar pelo qual me apaixonei.

Ontem não foi o fim do mundo mas foi o fim de muitas coisas que permaneciam inacabadas, ontem afastei todos aqueles que corriam atrás de mim, esperariam em vão, a esperança há muito que morrera, e infelizmente ninguém mais chama pelas minhas mãos e decerto que não chamará nos próximos meses, pois elas permanecem ocupadas agarrando um casaco sem corpo..

18 de dezembro de 2012

      PÁRA DE ME EMPURRAR
POIS FOSTE TU QUE ME PUXASTE!

NÃO ME QUERO IR EMBORA


17 de dezembro de 2012

LFCL



A minha versão do déserteur de boris vian, 
Para o Lycée Français Charles Lepierre,


Monsieur le Proviseur
Je vous fais une lettre
Que vous lirez peut-être
Si vous me donnez l'honneur.
On vient de me délivrer
Ma convocation pour le bac
Pour partir à la fac,
Avant la fin de l'année.
Monsieur le Proviseur
Je ne veux pas y aller,
Ce n'est pas encore l'heure
De vous quitter.
C'est pas pour vous fâcher,
Il faut que je vous dise,
Ma décision est prise,
Je vais rester.

 Depuis que le lycée est né
Il a accueilli ma mère
Accueilli mon frère
Et accueillera mes enfants.
Ma mère a tant souffert,
Pour payer ce lycée,
Afin de m'éduquer,
Et de me cultiver.
Quand j'étais en maternelle,
Je croyais que ce temps serai éternel,
Mais quinze ans sont passés,
Et je ne veux pas le quitter.
Demain de bon matin,
Je devrai dire adieu,
L'envie est peu,
Mais je prendrai le chemin...

Je pleurerai le vide,
Que le manque laissera,
Phèdre, Lorenzaccio, Le Cid,
Je ne les oublierai pas.
Refusez de partir,
Refusez de grandir,
N'allez pas à la fac,
Refusez de passer le bac!
S'il faut le quitter,
Allez, quittez-le vous!
Laissez-nous,
Monsieur le Proviseur!
Si vous me chassez d'ici,
Prévenez l'académie de Toulouse,
Que je garderai ma flute et ma blouse,
Et que je ne quitterais pas ma famille.

16 de dezembro de 2012

Abracei-o

Abracei-o sabendo que o magoava,
E ele abraçou-me como quem ama,
Abracei-o para ver se ele me curava,
Se conseguia apagar uma outra chama.

Senti-me bem, senti-me amada,
E com todo o egoísmo acendi uma luz,
Abri uma porta que já estava fechada,
E sem pudor virei costas pondo o capuz.

Ultima semana

Domingo marca a desesperança,
Mais uma semana sem te ver,
E a minha mente que não descansa,
Enquanto não te conseguir ter.

Quero parar, doí-me o corpo,
O tempo está a passar,
Nada muda, sou um peso morto,
Sem um cais onde descansar.

A mente transborda de desejo,
O corpo começa-se a queixar,
Está nevoeiro, e eu já não vejo,
Onde este caminho me vai levar.

Quero lá chegar, mas não quero ir,
Quero acordar lá, sem me esforçar,
Sem me cansar e sem cair,
Quero lá chegar, quero te amar.

É a ultima semana, a ultima vez,
Que te procuro, que te chamo,
Que textos sobre ti lês,
Que te desejo, e que te amo...

Não posso continuar a amar uma ilusão,
Levantar-me-ei eventualmente deste chão.




Triste domingo

Pagaste ao cupido? A uma bruxa, a um feiticeiro? A Deus? Não sei que magia usaste mas eu só quero o antídoto, pois não soubeste usar a magia, entornaste o frasco em cima de mim, e depois assustaste-te com o resultado e fugiste deixando-me desamparada.
Não devias ter feito isso, eu não vou conseguir parar, um mês passou e eu ainda sinto, com a mesma intensidade, com a mesma força, e com a mesmo vontade de voar, de correr, tudo isto para te ter. Porque já nem sequer és tu, porque já é uma ilusão, porque agora já idealizei a tua pessoa transformando-a noutra muito mais gira, uma pessoa dentro da tua identidade antropológica mas com uma perfeição incomparável. Trouxeste a tristeza que veio para ficar, e dou-lhe a mão e passeio com ela, sempre com ela, ela é a única coisa que me acompanha e me percebe. Já não sei ser feliz, já não sei pensar noutra coisa, dizer outro nome, procurar outra cara. Já não sei ouvir outras músicas, já não sei não te procurar em todo o lado, todos os dias, és sempre tu... Quem me salvará? Não há distracções, não há esperança, o inverno está a chegar, não há nada de novo, não há ninguém, a rotina leva-me a procurar-te, porque por muito que sofra, estou a escrever, estou a sentir, e estou a viver. Putain, je t'aime et pourtant c'est pas toi que j'aime.


14 de dezembro de 2012










Doí                                                                                                                                                                  

                                                                                                                      há mais para além de ti,
                                                                                     

                                                                       Acabou, 
                                                                                                                                    Acabou,


                               É o fim, 
                                                                                                Não há esperança, 



           Não há nada.








12 de dezembro de 2012

Todo

Por muito tempo vivi presa entre arrependimentos e coisas que não ousei dizer com medo de uma má recepção, pois sempre temi aquela expressão de desilusão, aquele desprezo que me arrepiava, não estava preparada para ser a única a amar. Por muito tempo os outros estiveram no centro do meu universo, e as coisas só mudaram quando o narcisismo nasceu.
É uma defesa, depender só de mim e viver apenas para mim, é uma jogada confortável, é a certeza de nunca ser desiludida por ninguém, tendo hoje como única desilusão, eu mesma. Se não concretizar as minhas expectativas é porque não dei o suficiente, pois tudo está ao meu alcance. Claro que às vezes chega a ser um bocado desmoralizante pois acho que dei tudo e afinal ainda havia mais para dar, mas não me apercebo e sinto-me impotente, insuficiente e dependente dos outros. No entanto é bom acreditar que tudo está ao nosso alcance, da-nos forças, da-nos vontade e motivação. Não nos afunda em tédio e monotonia, leva-nos mais alto, aos céus, e corremos, e voamos, e amamos, até nos faltarem as forças e ficarmos enterrados no maior dos spleens trazido pelo cansaço, pela desmotivação e pelos nãos sucessivos. Mas voltamos-nos a levantar, a combater e a cair, voltamos ao spleen e depois à euforia, uma estrutura circular, uma esfera sem fim, uma aventura à qual conhecemos o nosso destino mas que mesmo assim acreditamos que desta vez será diferente e entregamos-nos à intensidade do momento, vivemos próximos do abismo e não temos medo de saltar porque o momento parece valer tudo,  parece ser a vida, até vir outro momento que apaga todas as luzes e faz dele o centro de tudo, mas nunca pensámos que chegaria algo que tapasse o vazio que o momento anterior trouxe, nunca pensámos que haveria um futuro para além daquilo, achávamos que aquilo era tudo, que não haveria mais nada e que nunca chegaria alguém que superasse a intensidade com que outrora sentimos. E vem o vazio, longo e árduo, a desesperança e um grande néant, algo que nos leva a querer pôr um fim a tanta dor, até que, quando menos esperamos, chega algo que sem mais nem menos toma um dimensão enorme e torna-se no nosso todo. E esquecemos o passado e voltamos a cometer os mesmo erros e a achar que aquilo é o nosso todo, mas há mais, haverá sempre mais, no entanto parece tão real, parece que tu és o meu todo e que nunca nada será maior do que esse todo...

10 de dezembro de 2012

Posso ser louca,
Romântica,
Sonhadora,

Posso ser infeliz,
Depressiva,
Triste,

Posso ser irresponsável,
Preguiçosa,
Insolente,

Posso ser carente,
Ansiosa,
Impulsiva,

Posso ser egoísta,
Egocêntrica,
Excêntrica,

No entanto,
Eu amo-te,
E é sincero,
E puro,

Não chega?
Raio de vida, tanta complicação,
Lembra-me um poema que estudei no ano passado,
Um poema muito simples:

A Rita ama o João, que ama a Leonor, que ama o Mário, que ama a Maria,
que ama o Fernando, que ama a Ofélia, que ama o Vasco, que ama a Mónica,
que ama o Pedro que não ama ninguém.

Como ilustrar a vida utilizando apenas um verbo, hein??


Será que gosto mesmo de quem gosto ou uso essa pessoa para extrair inspiração? Julgo amar, mas eu julgo tanta coisa... E no meio disto tudo tenho-me perdido, no entanto tem resultado, mal ou bem tenho escrito, mas será que isso compensa toda a dor que sinto? Felicidade ou imortalidade? A felicidade pelo menos é certa, a imortalidade não poderá ser verificada...

Porque é que me estou a chatear com questões estúpidas? Hoje estou de bom humor, aproveitemos!







9 de dezembro de 2012

A Casa

E nesta publicação nº200 escolhi exprimir aquilo que já sinto há uns meses, algo de intenso, algo de inexplicavelmente parecido com esta casa.



E sempre que olho pela janela do meu quarto vejo-me como num espelho... A minha depressão parece não ter fim e contudo sei que há vida para além disto... Onde está a luz?

2 de dezembro de 2012

Gritando

Sou eu que rastejo atrás de ti,
Que me penteio, que me pinto,
Para que olhes para mim,
Para que sintas aquilo que sinto.

Sou eu a fraca que te amo,
Que luto sem esperança,
Que insisto, que te chamo,
Que desequilibro a balança.

Sou eu que me dispo,
Expondo defeitos e afins,
Sou eu que me constipo,
Não aceitando os fins.

Mesmo assim esqueço a paixão,
Dou o braço a torcer,
"Aceito" o não,
E prefiro apenas a amizade ter.

Mas não me deixas avançar,
Relembras-me do meu amor,
Como é que isto pode sarar?
Se continuas a acentuar a dor?

Mas serei eu a fraca?
Mudei a minha vida,
Após cada ressaca,
Vinha outra vez a bebida.

Virei tudo do avesso,
Dei-te tudo, acreditei,
E agora sou eu que padeço,
Mas que ainda não larguei,

Porque eu tive medo,
Mas superei-o por ti,
E não sei se é tarde ou cedo,
Para te dizer que não desisti...

Foste tu que fugiste,
Quando tudo aquecia,
Foste tu que me pediste,
Para pensar naquilo que queria.

E eu pensei, e eu quis,
E eu lutei, e eu fiz,
E eu amei, e eu fui infeliz...

E tu fugiste, com o teu receio,
E tu desististe, deixando tudo a meio,
E tu caíste, no teu próprio devaneio.