28 de julho de 2012

Tenho pensado em ti.


Tenho pensado em ti, e estranhamente não deverias ser alguém em quem eu penso e no entanto tenho fantasiado contigo, tenho imaginado tanta coisa e cada vez mais me identifico com esse sonho. Mas não é o que eu queria, não é o que eu quero para o meu futuro, não te quero a ti nem a ninguém como tu. Eu quero bem mais, e tu não me poderás dar mais. Penso em ti como num passa tempo, uma coisa nova e divertida, uma coisa com a qual poderei ocupar o meu tempo da melhor maneira. E desculpa a sinceridade, mas o nosso futuro não poderá ser eterno pois não me quero perder em caminhos que não me pertencem ou que não quero que me pertençam… Então porque é que quero concretizar tal desejo? O que me atrai em ti? Será a novidade? Não sei… Só sei que tenho pensado em ti, tenho querido estar contigo e não tenho podido dizer a ninguém por seres tu, por seres um ser tão bizarro aos olhos alheios. Tenho procurado respostas, tenho procurado ajuda sem a pedir, tenho tentado perceber se é um erro ou se é algo natural, e tenho querido não achar natural. Mas já acho, e os meus valores deixam-me pensar que é possível, deixam-me acreditar e dão-me esperança. E agora será que vais olhar para mim como eu olho? Será que é real o que sentes ou será só aquilo que eu quero ver? Tenho pressa de saber porque, meu amor, eu tenho pensado em ti.

22 de julho de 2012

Algo

Não sei o que quero,
E no entanto quero algo.
Não sei o que procuro,
Pois lá está,
Não sei o que quero...

Estou apática mas preocupada
Com a minha indiferença.
Nunca pensei que as minhas palavras secariam,
Nunca pensei que as minhas emoções fugiriam,
E no entanto sei que as tenho,
E sei que as tenho descrito oralmente,
Tem vindo com o álcool...
E eu que não queria um vicio!
Mas tenho gostado de falar,
Tenho arranjado algo para dizer,
E tenho acelerado o meu raciocínio.

Há uns anos eu era mais filosofa,
Ou então utilizava outro vocábulo,
Quiçá no intuito de parecer mais alta,
Quiçá porque era mais alta!

Não me vejo diferente,
Talvez mais forte,
Já não choro tanto,
E estou mais confiante.
No entanto as palavras secaram,
No entanto fiquei sem nada para dizer.

Hoje deparo me com esta folha branca,
E escrevo sem rumo, escrevo para mim,
Sinto-me a caminhar lentamente para o vazio,
Sinto-me só.

E ainda penso nele,
Naquele limão do qual espremo toda a dor,
Naquele vicio mais destrutivo do que a morte,
Naquela larva, naquele parasita, naquele monstro!
Sanguessuga viscosa que me enfraquece
Mas que me da mais armas e mais versos.

4 de julho de 2012

Esboço

Acho que estou deprimida, não sinto exactamente a tristeza, mas algo me entristece sem que me faça mal, sem que eu sinta, e no entanto tudo o que sinto é apenas indiferença. Contudo preferia estar triste, porque a tristeza me fortalece e me da mais coisas para dizer. Esta indiferença não me da vontade de escolher, nem me da sequer vontade de fazer. Prefiro esperar, tenho distracções suficientes para viver assim durante muito tempo, e isso preocupa-me pois há uns meses tinha tempo para escrever, tinha assunto pois o tempo que sobrava era passado a delirar, hoje adormeço a ver séries da fox, o que curou o meu problema de insónias e durante algum tempo achei que me fazia bem arejar a cabeça. Mas na verdade, isso tornou-se num vicio que veio substituir o antigo. Nunca mais me deitei sem primeiro ligar o computador numa série televisiva, e pensando bem, isto dura desde Setembro! E estou outra vez admirada com o passar do tempo, mas no entanto não faço grande coisa para o aproveitar...