16 de junho de 2010

Amanhã.

Pois o momento chega amanhã. O trimestre passou a correr, não tive a noção de nada. Passei o ano à espera de amanhã. E hoje choro. Se eu soubesse que era nestas condições eu teria agarrado o tempo. Mas a verdade é que a historia toda da Alemanha, afectou me muito. Eu não quero repetir tudo o que todos os dias penso para mim própria. Eu não queria o dinheiro, já nem foi pela experiência. Eu só queria perceber. Porque todos os dias eu pergunto me: "O que é que o liceu tem a ver com a minha vida pessoal?" "Porque é que a Sophie me tramou?" "Quem é que não quis que eu fosse?" (a Madec diz que o proviseur não quis, o proviseur diz que as professoras de la não quiseram, e as professoras voltam a dizer que o proviseur não quer, é um ciclo perfeito). E sim, eu culpo-me a 40% esta historia toda. Pois foram tardes, noites, aulas inteiras, a pensar, a chorar, a gritar, a ESCREVER. Ainda hoje... E ensinou me uma coisa, não se pode confiar em ninguém. A vida está cheia de gente falsa e de injustiças. Já no meu estado normal, longe de preocupações e de grandes delírios, eu penso demais. Chego a casa e o que é que eu faço? Deito me na cama a olhar para o nada e penso. O que é que eu queria fazer? Estudar, ser a menina perfeita. Mas não consigo. Eu penso demais. A toda a hora. E isto veio agravar tudo. Isto tudo para justificar a minha falta de trabalho. Principalmente a Alemão. Eu entro na sala com um sorriso na cara, saio de la quase com lágrimas na cara. Pois é impossível não me sentir excluída. A todas as aulas "Alemanha alemanha alemanha", só me apetece gritar "PAREM, pensem em mim!". E quero relembrar só mais uma história, porque esta é grave. A professora, Mme Madec disse a todos os alunos para trazerem uma fotografia da Alemanha, olhou para mim e disse "tu não trazes". Na aula seguinte estava tudo a descrever a fotografia. Em mim, ninguém reparou...eu estava isolada, eu era invisível. Até que ouvi alguém a chamar me la atrás "Leonor, em que dia é que fomos ao estádio do bayern?" Eu fiquei branca, e virei a cara. Marcou me. O mais estranho é que eu gosto da Madec.

Eu queria falar, há muito que preciso de falar sobre isto. Terça feira após a aula de Português, eu estava nervosa, tinha tido uma conversa com a professora, à frente de todos em que falei da Alemanha, cheguei ao portão e pensei "eu quero ir ao psicólogo da escola, eu preciso de falar, é hoje!" cheguei à porta e fiquei 3 minutos plantada a olhar e disse "eu tenho amigos, eles vão ter de me ouvir" virei costas e fui me embora. QUERO FERIAS, tenho tanta pressão em cima. É o conseil de classe, é o Brevet, é esta historia...não consigo raciocinar, a minha mente está acelerada, estou tão nervosa.