16 de dezembro de 2012

Triste domingo

Pagaste ao cupido? A uma bruxa, a um feiticeiro? A Deus? Não sei que magia usaste mas eu só quero o antídoto, pois não soubeste usar a magia, entornaste o frasco em cima de mim, e depois assustaste-te com o resultado e fugiste deixando-me desamparada.
Não devias ter feito isso, eu não vou conseguir parar, um mês passou e eu ainda sinto, com a mesma intensidade, com a mesma força, e com a mesmo vontade de voar, de correr, tudo isto para te ter. Porque já nem sequer és tu, porque já é uma ilusão, porque agora já idealizei a tua pessoa transformando-a noutra muito mais gira, uma pessoa dentro da tua identidade antropológica mas com uma perfeição incomparável. Trouxeste a tristeza que veio para ficar, e dou-lhe a mão e passeio com ela, sempre com ela, ela é a única coisa que me acompanha e me percebe. Já não sei ser feliz, já não sei pensar noutra coisa, dizer outro nome, procurar outra cara. Já não sei ouvir outras músicas, já não sei não te procurar em todo o lado, todos os dias, és sempre tu... Quem me salvará? Não há distracções, não há esperança, o inverno está a chegar, não há nada de novo, não há ninguém, a rotina leva-me a procurar-te, porque por muito que sofra, estou a escrever, estou a sentir, e estou a viver. Putain, je t'aime et pourtant c'est pas toi que j'aime.


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