Tinha voltado ao algarve e estava sol. Era fim de novembro e a minha mãe lá pousada no lugar onde a deixara. Fomos à praia passear de casaco de inverno e até fizemos bolachas de manteiga. Naquela altura eu estava esperançosa. Grande parte das tormentas já tinham passado - ou pelo menos era nisso que eu acreditava. Tinha começado o curso e à beira da piscina celebrava o amor que chegara, o mundo que se acendera, a mágoa que passara...
E depois veio tudo o resto.
Sucessão de acontecimentos que só a tua presença reconfortou.
Nunca ninguém vai saber o que é que tu és, faltará sempre algo a conquistar.
Seremos sempre submarinos que se cruzam na longa noite. Podemos acenar, ver brevemente o outro no seu interior, mas o caminho rapidamente terá de ser retomado, e o desencontro dará espaço para a tristeza, intima certeza de que estamos sozinhos.
Eles têm mãe.
Eles têm mãe dentro deles,
Eu tenho uma criança que continua a chorar.
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