2 de setembro de 2020

     Recordo um daqueles primeiros dias de Setembro, estávamos a almoçar junto à avenida Fontes Pereira de Melo. Manhã de ressaca, domingo, tempo suspenso, silêncio estranho característico desse final de semana de fim de verão. Nesse instante, o que me separou do medo, foste tu. Eu que vinha de um sitio tão frio, que andava tão sozinha pela minha existência, tu que vieste para a aquecer. Eu que fui encontrar amor onde havia mais, tu que o foste dar, construir matéria cerebral onde não havia. A atrofia dos meus lobos a ser nutrida, nos espaços ocos foram aparecendo recantos bonitos que a tua ternura patrocinou.   

                 Nunca mais serei a mesma. Obrigada.

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