4 de maio de 2019

Não sei de que tempestade virão, elas que escolho acolher - abraçar com tanto carinho. De rompante me reconhecem e me encontram e querem aportar!  - e como não! 
Falo no plural e parece que tão pouco me importa o que são na sua individualidade - e todavia! É nos seus detalhes que encontro o gosto da descoberta, sempre único e individual, sempre belo e transcendental - pelo simples facto de o ser!
Se vêm de amores tumultuosos eu lhes provo a constância do mesmo. Tão mal tratadas pelo dever ser! quando nem sequer bom era! A verdade é essa. Tivemos de arranjar desculpas para a tempestade, como se "tivesse de ser!' como se tivesse ela de ser parte constituinte, só porque sempre foi! 

-"Isso é a Paixão!", ouço.

Mas amor - meu amor - tanto aos meus olhos transcende o mistério, esses espaços escuros  dos outros que recheamos com os nossos próprios desejos - os nossos, meu amor - que tanto nos afastavam da realidade daquilo que realmente é. - sou eu e és tu - encontro magnífico neste imenso escuro. No lugar do mistério não está mais o Ideal, mas começa-se a desvendar o que realmente é Real.

Não é mais nada. Somos nós neste momento em que nos encontramos. E olha como somos belas longe uma da outra. Porque seríamos outra coisa aos olhos nossos? - não meu amor, eu não quero ser como eles.

O que tu és eu quero contemplar. Não vieste para ser para mim e de ti não careço para me ver bem. Parece-me certo de mais deixar-te ser tudo aquilo em que te quiseres tornar.

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