17 de fevereiro de 2014

E outra vez as duvidas, a não-ambição, a desesperança desta vida. O que fazer com ela? A eterna incerteza de estar ou não a seguir o caminho que me convém.
A preguiça intelectual, a sede do universo, a sede da paixão e de respostas. Que faço aqui, para onde vou? Todos os meus sonhos vão para além daquilo que se pode tocar.
Quando é que me perdi? Tenho a vida inteira diante de mim, tenho todas as possibilidades do mundo, porém, o que quero realmente? Que porta abrir para lá chegar? Se o trabalho nunca foi uma finalidade mas uma consequência, qual a menos sofrível? Qual aquela que poderá até ser um prazer? Mas.... E se nunca encontrar uma rotina que me convenha, e se o acaso me tornar naquilo que mais desprezo, e se acabar como todos os outros a caminhar rumo à morte? Quero muito mais do que isto, e não sei se trabalhando encontrarei aquilo que procuro..
Com quem falar? Aqui são todos iguais, aqui limitam-se a esperar e esperar e esperar... Esperar por uma eventual recompensa, vivendo um presente miserável na esperança de um futuro melhor, esperar que a vida dê as voltas necessárias para lhes trazerem os sonhos que tanto os assombram à noite, e eu, eu que corro, eu que ajo, estarei mais certa do que eles?
Vai tudo desaparecer, no final acabaremos todos debaixo da terra, e os seus rendimentos, e os meus versos, e os nossos filhos, e a terra inteira, tudo se transformará em cinzas. E a existência da raça humana será apenas um mito esquecido no tempo. 

Que dor de cabeça!

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