15 de setembro de 2013

Tenho andado a pensar no tempo, na sua tirania, na sua destruição. Na rapidez com que a verdade se torna mentira, e todas as certezas que criámos, tão rápido são substituídas por pontos de interrogação, e muitas reticências. Hoje sinto, amanhã se calhar deixarei de sentir, a única certeza que posso ter, é sobre aquilo que vive no presente. Está bem que todos nós temos tendência em projectar coisas para o futuro, coisas que achamos que vamos guardar para sempre, porém, a vida da tantas voltas, e com tantas curvas e rodopios, há coisas que deixamos, inevitavelmente, para trás.
Não planeio largar-te, mas um dia havemos de atingir a meta, e no cansaço de toda a corrida, partiremos para lados opostos, e o que fora presente, será, nesse momento, apenas uma recordação longínqua, a única coisa que continuaremos a partilhar.
Eu escrevo. Escrevo para não me esquecer daquilo em que outrora acreditei. Escrevo para adiar a meta, para me lembrar do porquê de ter feito a tal corrida, e para poder lutar por aquilo que tive, por uma felicidade desmesurada, aquela que conheci apenas contigo.
E publico, publico para que um dia, quando a distância pesar, te lembres de vir reler aquilo que escrevi para ti, e para que a saudade entre de rompante em ti. Pode ser que a recordação seja transportada para o presente e que o ciclo se quebre, e que a corrida recomece, desta vez para a eternidade.
Que ambiciosa...

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