13 de maio de 2013

Sobriedade

Estou extremamente sóbria, um tanto apática e perdida... Já não sei realmente viver sem aquela pulsão nefasta; uma força exterior que me levanta da cama todas as manhãs. Voltei a um estado de lucidez há muito adormecido. Volto a ser uma pessoa calma, sociável, altruísta, e descontraída. Volto a querer fazer parte de programas que outrora desprezava. Hoje sou feliz na constância que é a minha vida. Não me sinto necessariamente completa, pois não escrevo, não sofro, não amo, e por consequente, não me sinto viva. Porém, um momento de descanso é sempre um momento positivo. Deixei de correr atrás de alguém, de rastejar, de me pintar bem pequena face a quem amo. Deixei simplesmente de amar. Não quero nada, ainda que me sinta incompleta. Contento-me com a vida frugal que levo.
Não é altura para grandes paixões, os ponteiros do relógio avançam, a areia vai caindo, e não me falta assim tanto tempo para sair de onde estou, para ter de enfrentar a vida, despedindo-me dos meus próximos, e construir tudo sozinha. Em Setembro há mais, poderei voltar ao meu estado decadente, poderei ser a ratazana que fui (ainda que ache que nunca mais o serei), poderei amar e escrever sem limites. 
Já fui artista o suficiente nestes últimos meses. Todos os textos que escrevi hão de compensar aqueles que não escrevi ou que escrevi mal. Tudo aquilo que fui, poderá entrar em todas as biografias que fizerem sobre mim. Tudo aquilo que vivi, nestes últimos meses, poderá ser, mais tarde, a única coisa que vivi este ano. A minha vida não precisa de ser constantemente emocionante, nem eu saberia trazer mais emoção. Também mereço tirar férias da minha loucura, também mereço tirar férias de ti, de mim e do mundo.
Hoje vivo para os outros, já não és o centro do meu universo (ainda que na verdade fosse eu mesma). Hoje acordo por eles, hoje eles são tudo o que tenho; pouco, é certo, mas hoje o pouco é no final, aquilo que quero e aquilo que me faz feliz...



Quem é o mentiroso que diz que escreve quando está feliz? A felicidade é tão efémera e eufórica que não escreve textos...A felicidade vive-se, a tristeza sente-se.



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