28 de abril de 2013

Baza.

As proporções, não te esqueças das proporções... Tudo tem tendência para piorar. Por enquanto ainda tens momentos lúcidos, ainda que escassos. Ainda podes parar. Pinta-te de artista, de poète maudit, de mártir, de incompreendida, de louca, de miserável, mas enquanto não produzires nada de grande, não serás ninguém. 17 anos Leonor, é muito cedo... Ainda tens tanto, porque é que achas sempre que estás atrasada? É por teres estado, por 3 vezes, próxima da morte? Leonor...leva uma vida mais saudável, tu que vives com medo do arrependimento, um dia vais te arrepender, se ainda tiveres racionalidade para o fazer... Isto não é algo que se impõe, não é obrigatório; tens escolha...
Sinto-me só, tristemente só. Quem julgava que me percebia, afinal não percebe nada...é só mais uma pessoa que se fez grande aos meus olhos, mas que sozinha, diante de um espelho, é só uma pessoa. Estou suja, plenamente apática, afundada em pensamentos, ainda que sejam formados pelo desfilar da fanfarra que vive em mim. Ainda que nada se organize, e sejam apenas fragmentos de algo que não existe. Porque? Eles são tão felizes... Sou cada vez mais eu, é cada vez mais difícil deixá-los entrar. Sou egoísta. O meio é hoje o propósito. Sozinha não, juro que já tentei... E se não houver mais nada? O amor tanto pode ser tudo, que acaba por não ser nada, pois o tempo passa, e rapidamente deixa de ser aquela cara, e ouço outro nome, a gritar cada vez mais alto, e onde ficou o anterior? Fazia tanto sentido ontem... hoje não é nada. Valerá a pena entregar-me ao efémero? É uma ilusão, nunca foi real, e no entanto senti... Como é possível que uma ilusão emane tantos reflexos? O nada deveria estar vazio, deveria ser objectivo, deveria ser inofensivo!
Foste tu que me deixaste assim...Porra meu, foste tu, e o pior é que nem sequer te pude tocar!

Fodas meu, baza! 

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