É dia 15 de Abril, passaram exactamente dois meses desde que escrevi um texto deste género, mas a cara mudou, a música continua a ser a mesma, assim como o vazio...
Ela tem razão, não vale a pena, eras apenas uma ilusão, eu sabia disso, sabia onde me metia, com quem lidava, e sabia que não era de ti que gostava, mas da relação que me ligava ti. Sabia que era por mim. Na verdade, fui quem mais brincou no meio disto tudo. Brinquei às apaixonadas, brinquei às escritoras incompreendidas, diverti-me tanto usando-te para esquecer outrem, para me levantar da cama todas as manhãs rumo ao liceu, e vivi novas experiências, e superei este inverno, e conheci novos mundos. Perdi muito tempo à espera, contudo, a espera foi produtiva; senti, escrevi, cresci, esqueci, e até comecei a escrever em francês! Por isso, no meio disto tudo, viva a minha vida, e viva eu! Fiz-me de fraca, de apaixonada, de vítima, porém, eu não fui a vítima! Fui apenas a Outra por escolha própria. Fui eu que vim cá bater à tua porta, fui eu que me pus de joelhos para que me levasses para dentro e sarasses as feridas que me deixaram marcadas no corpo, fui eu que lutei para que me acolhesses, fui eu que te levei para este enredo, e foste tu que tiveste de te adaptar. Não me queres? Também nunca te quis...já devias saber que sou um ser narcisista que usa e abusa das pessoas a seu próprio proveito.
É dia 15 de Abril, passaram exactamente dois meses desde que escrevi um texto deste género, mas a cara mudou, e o desfecho também.
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