15 de abril de 2013

15/04/2013

Vazio. Não tenho palavras. A espera foi longa, as expectativas foram muitas, os sonhos infinitos, a motivação incansável, a esperança nunca se apagou, o calendário contava os dias, e eu olhava para ele, via-os passar e esperava por ti. E tu não vieste. E o tempo passou. Autch, que dor. De repente tudo sumiu, tudo se apagou, tudo perdeu o seu sentido... O que me resta, para onde ir? Quero procurar um buraco e cobrir todo o meu corpo, ficar eternamente enterrada algures, bem longe, fora do alcance dos humanos. Porque hoje sou pequenina. Quero o colo da minha mãe. Forço-me a escrever, e para quê, para quem? Já não há nada, já não há ninguém. E se eu não te largar? É mesmo o fim? E no meio disto tudo, de que valem as minhas palavras? Ninguém me pediu a minha opinião....Porque é que nunca ninguém me pede a minha opinião? Porra, quando é que me tornei neste ser fraco e vulnerável? Sempre fui eu a deixar a ultima palavra.

É dia 15 de Abril, passaram exactamente dois meses desde que escrevi um texto deste género, mas a cara mudou, a música continua a ser a mesma, assim como o vazio... 

Ela tem razão, não vale a pena, eras apenas uma ilusão, eu sabia disso, sabia onde me metia, com quem lidava, e sabia que não era de ti que gostava, mas da relação que me ligava ti. Sabia que era por mim. Na verdade, fui quem mais brincou no meio disto tudo. Brinquei às apaixonadas, brinquei às escritoras incompreendidas, diverti-me tanto usando-te para esquecer outrem, para me levantar da cama todas as manhãs rumo ao liceu, e vivi novas experiências, e superei este inverno, e conheci novos mundos. Perdi muito tempo à espera, contudo, a espera foi produtiva; senti, escrevi, cresci, esqueci, e até comecei a escrever em francês! Por isso, no meio disto tudo, viva a minha vida, e viva eu! Fiz-me de fraca, de apaixonada, de vítima, porém, eu não fui a vítima! Fui apenas a Outra por escolha própria. Fui eu que vim cá bater à tua porta, fui eu que me pus de joelhos para que me levasses para dentro e sarasses as feridas que me deixaram marcadas no corpo, fui eu que lutei para que me acolhesses, fui eu que te levei para este enredo, e foste tu que tiveste de te adaptar. Não me queres? Também nunca te quis...já devias saber que sou um ser narcisista que usa e abusa das pessoas a seu próprio proveito. 

É dia 15 de Abril, passaram exactamente dois meses desde que escrevi um texto deste género, mas a cara mudou, e o desfecho também.

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