28 de novembro de 2012

Desisto sem o fazer

Desisto, desisto de tudo, desisto de tentar, desisto de acreditar. Desisto de tudo, porque não há esperança, não há nada, depois disto já não há nada. Estou claramente deprimida e a minha dor não tem fim. Hoje mais do que nunca estou afundada em depressão, acho que foi o cansaço que trouxe esta fraqueza, mas neste momento morreria, morreria para acabar com a dor que sinto. Não consigo respirar, tantos dias a aguentar, a reter qualquer impulso, a filtrar emoções, já chega, acabou, não há nada a fazer, estou deprimida e não vejo a luz. Esgotei tudo, estou desarmada, sinto-me impotente e não quero esquecer.
Procurei tantas vezes a mágoa, procurei-a para que me desse mais palavras, no entanto nada justifica aquilo que sinto, nada é suficientemente meritório de tanta tristeza. Nem escrever consigo, estou simplesmente a debitar aquilo que sinto, sem pretensões de estilo, sem qualquer intuito. E porquê fazê-lo? Porque nada faz sentido à minha volta, porque as pessoas lutam por coisas banais, e eu sinto, e eu estou lentamente a caminhar rumo ao caixão. Isto está-me a destruir e está-me a tirar qualquer réstia de motivação, depois daquilo que vi, como posso voltar para lá? Como posso agora abstrair-me de algo desta dimensão e simplesmente falar da mondialisation? Estou perdida, todos os dias são um inferno, são 24 horas à espera, à espera que algo mude ou que mais um dia passe, mas tudo é lento, as coisas não mudam, nada avança, o sentimento não diminui, tudo continua igual. Sinto-me impotente! Impotente, impotente, impotente.
Chamem-me romântica, chamem-me louca, o que quiserem, mas no dia (se o dia chegar) em que sentirem aquilo que eu sinto saberão daquilo que falo, saberão que é real! O que eu sinto é real mas que se calhar não o sinto por causa de uma coisa real, no entanto sofro, o sofrimento existe, mas se calhar a causa aparenta ser muito maior do que aquilo que é. Mas eu sofro, e não há mais nenhum nome na minha cabeça se não o seu, não há nada, e vou explodir! Que claustrofobia, preciso de agir, preciso de me mexer, estou parada há demasiado tempo à espera, e sei que é um erro, sei que deveria esperar mais um bocado mas o coração chama-me, não consigo mais, soltem-me, deixem-me correr, deixem-me cair e partir uma perna, mas pelo menos por um segundo eu tive a oportunidade de mudar algo. Não tive escolha, tive apenas de me conformar, tive apenas de aceitar, mas como aceitar não ter algo que vimos que era possível ter? Estás-me a matar, tão fortemente a matar.

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