2 de janeiro de 2013

algunsnãoprecisamdetitulo

Às vezes é preferível não dizer nada, esconder aquilo que sentimos e nunca sermos os primeiros a mostra-lo. Há muito tempo que eu não sentia isto: arrependimento. Há muito tempo que eu não queria tanto voltar atrás e mudar algumas coisas, há muito tempo que eu não sentia que joguei mal. Estúpida, fui eu, a culpa é minha, fui eu que me enterrei neste buraco, fui eu, fui eu! Devia ter feito tanta coisa que não fiz, e porem fiz coisas, coisas errada! Fui tão pouco racional, tão miserável, tão egoísta por só ter  pensado em mim e por ter achado que a merda que dava era suficiente. Fui estupidamente emotiva, desajeitadamente romântica, fui baixa, mais baixa do que aqueles poetas que se julgam mais altos*. Desarrumei-me toda, assim como desarrumei a minha vida, passei dias na miséria afogada num banho negro, apática alimentando toda aquela desgraça e loucura. Estive louca, assim como o fico todas as noites, louca, suja, miserável. E tudo isto porque ainda penso em ti, e tudo isto porque não me pude sequer despedir, porque de um dia para o outro acabou e ficou tanta coisa por dizer, e porque agora se lesses estas linhas dirias talvez que tudo ficou resolvido e que não precisamos mais de falar sobre isto. Porque me evitas, porque à distância sou demasiado imperfeita, porque o tempo está a passar...
Quero-te porque conseguiste provar que sou imperfeita como mais ninguém o fez. Pela primeira vez não estou num pedestal, em vez disso estou no meio da rua (como já referi muitas vezes) como uma ratazana (e está a chover!). O que mais dizer para te convencer a ficar comigo? Bem sei que mais valia ficar calada, que não mereces a minha loucura, porém continuo afastando-te, e continuo a querer-te, a querer aquilo que nunca terei, a querer porque me faz sentir viva. Nem por um segundo? Tens a certeza? Não custa nada...



*não foi de todo um insulto à Florbela Espanca por quem tenho muita estima.

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