20 de novembro de 2012

O tempo não volta atrás.

Não vou mais pensar naquilo que podia ter feito, não vou mais chorar por aquilo que não fiz, o tempo não volta atrás, e na altura também não fui capaz. Teria de certeza as minhas razões, eram decerto válidas, na altura não sabia o que sei hoje, é verdade que hesitei, que tive medo, que não agi, mas pronto agora não há nada a fazer, o tempo não volta atrás.

Agora é reparar os erros que fiz, é levantar-me com armas na mão, é mudar completamente o rumo da minha vida e encontrar outra motivação, não tenho medo daquilo que a vida tem para me oferecer, não tenho medo de voltar a cair, já conheci várias vezes o chão frio e consegui sempre levantar-me, sou mais forte do que isso, tenho mais para dar. A minha existência ainda não está completada, ainda não alcancei o céu, ainda não fiz o suficiente, ainda tenho truques na manga, ainda tenho mais feitiços para fazer. É verdade que não foi fácil, é verdade que a queda foi dolorosa, mas a dor há de eventualmente passar, e outras virão. Outras muito mais intensas, outras que farão desta um "doí-doí", não me saíram as tripas grossas, o sangue não é sinal de que se está a morrer, é sinal de que ainda se está vivo. A dor existe porque sentimos, a dor existe porque existimos. Então para quê fazer dessa dor a nossa morte? Essa dor protege-nos daquilo que nos mata, impõe limites e ensina-nos a evitá-la.

Chamem-me bipolar, chamem-me extremista, qualquer das designações adequa-se à mudança efectuada entre ontem e hoje, e mesmo entre há duas horas e agora. Eles têm razão, não vale a pena continuar assim, há muito mais para além disto, todos nos passamos por uma desilusão. Eles precisam de mim, eu preciso deles, vivemos melhor assim, não há tempo para depressões, não há tempo para o desespero, há que lutar, e isso é o que a efemeridade da nossa vida nos quer ensinar.

1 comentário:

C disse...

"Essa dor protege-nos daquilo que nos mata, impõe limites e ensina-nos a evitá-la."