16 de novembro de 2012

A Porta

Passo a vida apaixonada, passo a vida a desejar uma ilusão, a correr atrás dela e a desiludir-me. Não sei aquilo que quero mas procuro por todo o lado, cada porta que abro é uma aventura que vivo e mais uma parede que se põe no meu caminho, volto atrás, escolho outra porta, volto a enganar-me, esqueço-me das portas que já abri, confundo tudo e volto de novo atrás. Sei onde quero chegar, sei que é a felicidade que me espera, mas nem sei ser feliz, porque é que a procuro? Na verdade tenho medo de falhar o kairos, tenho medo que seja aquele o momento único na vida, na maioria das vezes é, só que nunca alcanço aquilo que realmente quero. Procurei em todo o lado, em cada mão que me estendiam eu agarrava e passeava lentamente rumo à desilusão. Entrei durante muito tempo na mesma porta porque foi aquela que me levou mais longe, e não consigo aceitar que aquela não é a porta em que tenho de entrar, e para fugir àquela procuro outra. Agora que finalmente encontrei uma porta nova, entrei e fui até mudar a minha vida para seguir em frente, fiquei presa, não consigo nem andar para a frente, nem voltar atrás. É tarde demais, a porta atrás de mim já se fechou e a da frente permanece trancada. E eu estou aqui num impasse esperando que tu abras, esperando que me deixes entrar num novo corredor que talvez esse me leve à felicidade. Tenho presa de entrar, o tempo esgota-se, não temos muito tempo, mas temos tempo suficiente para sermos felizes, abre!

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