18 de outubro de 2012

Visita guiada a um dia mau

Não me apetece fazer sentido. Chorar, chorar. Os meus olhos fecham-se, revejo a mesma imagem, muitas vezes, agitada, desfocada agora, uma voz, que bela voz, que cara de parva, que estupidez, tantas expectativas, tanta desilusão. Tanto mal, tanta dor, poucas lágrimas... É sempre assim, que vida mais previsível, e no entanto é sempre um choque... E acontece com tudo, com todos, a todos. Não existe, a harmonia não existe. Nunca há um equilíbrio real, é sempre tão frágil, tão fraco, tão pequeno... Doí-me, doí-me muito. Perco as forças, perco-me ao perdê-las. Onde foi a motivação? Hey tu, viste-a?! Eu preciso dela para não adormecer, para não me deixar levar, para não me enterrar. Pessoas, o que me fizeram hoje? Quem é que me deixou neste estado? Foste tu? Sim tu que estás a ler... Ao leres isto alivias a minha mágoa, fazes-me sentir melhor, menos desinteressante, menos passada..
Estou tonta de tanta dor, estou afim de adormecer, estou quase a ignorar o mundo, fugir aos problemas, e a deixar-me ir, quiçá amanhã esteja sol...quiçá não... Tanto faz, tanta é a saturação que nem me canso a pensar, agora é mesmo dormir para não pensar mais. Mas é de noite, está frio, está a chover, estou sozinha, estou destroçada, no entanto inspirada. Está um cenário tão bom para escrever, mas para quê? para quem? Já acabou, não há mais nada, não há mais ninguém.

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