22 de julho de 2012

Algo

Não sei o que quero,
E no entanto quero algo.
Não sei o que procuro,
Pois lá está,
Não sei o que quero...

Estou apática mas preocupada
Com a minha indiferença.
Nunca pensei que as minhas palavras secariam,
Nunca pensei que as minhas emoções fugiriam,
E no entanto sei que as tenho,
E sei que as tenho descrito oralmente,
Tem vindo com o álcool...
E eu que não queria um vicio!
Mas tenho gostado de falar,
Tenho arranjado algo para dizer,
E tenho acelerado o meu raciocínio.

Há uns anos eu era mais filosofa,
Ou então utilizava outro vocábulo,
Quiçá no intuito de parecer mais alta,
Quiçá porque era mais alta!

Não me vejo diferente,
Talvez mais forte,
Já não choro tanto,
E estou mais confiante.
No entanto as palavras secaram,
No entanto fiquei sem nada para dizer.

Hoje deparo me com esta folha branca,
E escrevo sem rumo, escrevo para mim,
Sinto-me a caminhar lentamente para o vazio,
Sinto-me só.

E ainda penso nele,
Naquele limão do qual espremo toda a dor,
Naquele vicio mais destrutivo do que a morte,
Naquela larva, naquele parasita, naquele monstro!
Sanguessuga viscosa que me enfraquece
Mas que me da mais armas e mais versos.

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