18 de março de 2012

Relações

As relações não são como nos filmes. Uma relação gira à volta de duas pessoas distintas e, por muito que achem que são almas gémeas, há muita coisa que nunca vai coexistir. Não há homens perfeitos como aqueles que vemos nas séries, não há problemas tão claros e simples de resolver, não há duas pessoas tão pacientes e felizes. As relações jogam com estados de espírito que colidem diariamente, jogam com feitios e personalidades, e acima de tudo com um equilíbrio. Há muitos sacrifícios que têm de ser feitos, é preciso muita paciência e muito investimento. Não é só amar, não é só felicidade.
Muitas vezes desejo ter alguém; imagino o fim da solidão, o inicio de longos passeios pela praia e de alguém com quem possa falar. Mas é quando estou perto de ter essa relação que me lembro da realidade, lembro-me das complicações e do aperto no peito. Lembro-me da trela que me liga a ele, lembro-me do peso na consciência e do meu impulsivismo que estraga sempre tudo. Porque nunca teremos os mesmos gostos, e isso é logo uma barreira, nunca teremos os mesmos interesses e paixões, e só a sabedoria nos trará estabilidade e nos levará a um equilíbrio. É preciso maturidade.
Sempre que me criticarem por ter magoado alguém, ponham-se no meu lugar, vivam o meu dia a dia, vivam o meu sofrimento, e as horas que passei a ponderar a minha decisão. Não é fácil, não é algo que queira fazer, simplesmente tem de ser, e custa-me muito, porque ambicionei mais, sonhei com um futuro com ele, e não o tive. Uma relação são duas pessoas, quando acaba, a culpa é das duas pessoas, não investiram o suficiente ou não estiveram atentas às queixas dos outros. Não há relações que sobrevivam só com uma pessoa a investir, por isso antes de idealizarem a vossa relação, tentem primeiro perceber se a balança está equilibrada.

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