27 de janeiro de 2011

Uma aula de Alemão

Ela está se a passar comigo, mas tanto como ela, eu também me estou a passar. Nenhuma de nós queria esta situação. Ela quer paz, ela quer deixar de sentir que falhou, porque no final, ela falhou. Eu perdi todo o interesse pela matéria e quando isso acontece, é exclusivamente porque ela falhou.
Não há motivação, não há bases...há apenas 50 minutos noutro universo. Sempre achei que estas aulas não me fizessem bem, mas no final, dá me o tempo que não tenho. Da me tempo para meditar, para escrever, coisas fundamentais que não tenho oportunidade noutros sítios. E esta sala inspira me por ser testemunha de sofrimento. Fez me crescer e assim continuo a crescer, todos os dias em que entro aqui. Muitas memorias, mas hoje guardo um sorriso na cara. Já não há raiva, revolta e lágrimas. Achei que a viagem seria uma boa experiência para mim, mas no final, adquiri mais maturidade não indo à Alemanha. A vida é assim, as expectativas mudam e a nossa visão das coisas evolui. Reconheço que houve muita injustiça, mas foi tudo tão surreal que só me provoca um bem estar enorme por ter sobrevivido a isto tudo. Estou orgulhosa de mim, pela primeira vez na vida.
Fui avisada há cinco minutos, ela mandou me reagir. Mas não há forças nem tempo. Abstraio-me neste texto que escrevo com tanta presa. Talvez na esperança de que ela o apanhe e confisque. Era fundamental que ela percebesse que a minha falta de investimento na matéria, já não é devido ao ressentimento.
Isto é só mais um caso, como a Física e Svt. Matérias que não me dizem nada.
Tenho esperanças de aprender Alemão a fazer o que faço, ouvir em silêncio no canto mais discreto da sala. Acredito que resulte.
Ela é boa professora, consegue dar aulas saindo da rotina. Fazemos teatros todos as semanas, cantamos, comemos especialidades alemãs e recitamos poemas. Mas apesar de todos os esforços, continua a não conseguir cativar me. É triste.

Leonor was machts du? Merda, estou fodida

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