19 de junho de 2019


Em mim o dom de sempre
Me sentar nos lugares abandonados,
À espera do empreiteiro
Que os vá reabilitar.

Se calhar, serei eu mestre
De obras por começar.
Parece-me que sempre chefio
Certas transformações.

Em nome da minha própria,
Sigo pelos mesmos caminhos,
Pregando serem outros -
E talvez, quem sabe, sejam mesmo!

Estranho este chamar
Amor à aceitação,
Às vezes forçada, do que
O Outro é - para além de mim!

Estranho este chamar amor
Às horas de labor
Em casa dela a trabalhar;
Casa por aprimorar.

Aprimorá-las sem nunca
Poder morar nelas.
Aprimorá-las - eu que nada sei
De arquitetura!

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