29 de março de 2018

A casa tinha três andares, havia sempre bolachas na despensa, haagen dazs no congelador. Vivíamos em Caxias em frente ao mar. Chegava a casa de boleia com a minha tia, entrava, acendia a lareira e ficava fitando-a à espera que alguém chegasse. Lá chegava a minha mãe que cozinhava qualquer coisa para depois comermos em silêncio à frente da televisão. Todos os dias era igual, as estações iam mudando e aos fins de semana ela ficava no quarto com o seu companheiro. Eu deitava-me longas horas no sofá da sala a sonhar com aquelas que me levariam para um lugar de amor, mas parece que a procurava sempre a Ela, à minha Mãe, a alguém que estaria lá para as coisas boas, porque na verdade, eu e os cães, servíamos para as horas boas. De resto era só um peso e tentava incomodar o menos possível...

Assim se torna a criança em monstro. 
Mas o monstro precisa de amigos.

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