4 de janeiro de 2018

Ao mesmo tempo que nós, existe um tempo só meu onde nós existimos também. Em que aquele beijinho que despejo de forma tão fugitiva no teu pescoço, se decompõe e se deixa derreter lentamente pelas tuas costas. E que te deixas arrepiar e soltas os ombros, revelando lentamente os omoplatas....
Ao mesmo tempo que nós, existe um tempo só meu onde nós existimos também. Em que aqueles primeiros contornos que já definimos foram apenas as primeiras peças que completariam o puzzle daquela paisagem tão harmoniosa a que o nosso encontro se propõe a alcançar, os recantos mais brilhantes que nos habitam enquanto seres individuais...
Ao mesmo tempo que nós, existe um tempo só meu onde nós existimos também. Em que aquele olhar com que por vezes te olho, esconde o melhor dos contos que poderia embalar aqueles dois pirralhos que estou já a ver de pijama à espera que lhes falemos destes primeiros momentos em que nos desgostámos um pouco menos, que começámos a juntar as nossas existências que acabariam por culminar neles, naquelas caras luminosas, naquelas vidas lentamente a chegar... 

Ai (suspiro), venham elas a desfilar, que o Sonho é sempre o mesmo, até contigo...

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