1 de agosto de 2017

Àqueles que julgam que entrego meu coração a um Leão,
Que tanto insisto em decorar com véus e flores,
Que saibam que o Leão e a Virgem convivem no seu coração,
Coração de Carneiro que em nada me lembra outros amores.

Apaixonei-me primeiro pela Virgem que nela vi reflectida,
Mas a juba que se ergueu não me deu se não mais vontade de a Sonhar,
De encontrar todas as peças, até as mais escondidas,
Para traçar seus contornos e o seu puzzle completar.

Cada vez que surgem as suas garras afiadas,
Só tenho de me lembrar: Virgem de Mármore e Ouro,
Não sofre não de suas unhas e dentadas;
Há então que preservar quem magoa como um Tesouro.

Medo de sangrar, medo de me entregar...
Se cultivar meu prado e tão bem o regar,
Não há que esperar pelo Sol que o outro tem para dar,
Há que aceitar o que dói para não mais magoar.

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