11 de junho de 2014

Um ano depois, onde estou?

Onde é que eles estão? Onde é que está a minha vida?
Há um ano atrás estava a acabar de escrever a composição da minha vida, a completar todo um ciclo com os melhores resultados que podia ter. A despedir-me e a preparar-me para voar. E ela apareceu, veio para prolongar a minha felicidade. E embriagada em tanta euforia, deixei para trás os meus projectos, escolhendo a felicidade a curto prazo. Mas seria ingenuidade pensar que era para sempre?
Doze meses me separam daquela Leonor, e dela não restou nada para além de meras recordações. Para onde é que ela foi? Ela que tinha o mundo nas suas mãos, ela que acreditava que podia alcançar o infinito. Ela que admirava... ela que perdi.

Folheando o álbum deste ano que passou, não me vejo em nenhuma fotografia. Vejo partes de mim, e outras adormecidas. De página para página, o meu olhar se apaga, o meu corpo se dobra, até ficar apenas um esqueleto, sem voz para contar como é que o seu corpo está coberto de cicatrizes.

Um ano depois, onde estou?
No mesmo sitio, porém, à minha volta tudo mudou.
Não vejo ninguém, não vejo nada.

E no espelho, quem é esta que se olha sem se ver?

Repetindo diariamente que este ano não fora em vão, que dele colhi muitas experiências, quem tento iludir?
Nem fui eu quem o viveu, mas muitas outras Leonores; a Leonor pós-orgasmo, a submissa, a cega, a partida, a player, a aventureira, e aquela que ficou; a desesperante.
O verão, as duas faculdades, Paris, tudo imagens soltas de rotinas que não vivi, histórias que me foram contadas, episódios soltos, sem lógica, sem nexo...

Toi seule pour me rallumer,
Déesse, Infirmière, Marguerite,






Sem comentários: