10 de fevereiro de 2013

Caos

Mais um dia, entre muitos outros, em que espero por algo que me levante desta cama. Bem posso querer ver a luz do dia, no entanto, lavo-me, visto-me, e quero sair, mas para onde ir? Está tudo em casa, está a chover, não há ninguém... Então espero já vestida, casaco posto, e enfio-me dentro dos lençóis, porque fora deles está frio... O tempo passa, mas por quem espero exactamente?
E o relógio marca agora 20h13, mais um dia em que não pude exibir a minha camisola nova, lá vou eu mudar de roupa, esperar que a comida chegue até à minha cama (o que não acontecerá) e esperar que as pessoas saiam de casa rumo ao bairro alto. Mais um dia em modo vegetal, sem forças para estudar, sem vontade de sair, esperando um nada, algo que nunca virá, a menos que saia de casa... Ai preguiça, quando é que entraste em mim?
O meu estado de espírito reflecte-se na desarrumação da minha casa, não há nenhuma divisão arrumada, o caos instalou-se, até que alguém o venha arrumar, alguém que não sou eu. Pois quanto mais as coisas se desarrumam, mais dificilmente ganhamos coragem para as arrumar. E neste momento, nem sei por onde começar... Por isso permaneço aqui, deitada nesta cama com a minha camisola nova, esperando algo que desconheço, mas que me salvará. Das duas uma, ou arrumará a casa, ou me levará para bem longe dela! Ou quiçá, quem sabe, ficarei eternamente aqui, esperando algo que nunca virá, e quiçá nunca poderei exibir a minha camisola nova...
Lá vou eu sair, lá vou eu entregar-me ao álcool,  fugir à minha condição, procurar socializar, procurar algo que apague o teu nome que tantas vezes ecoa na minha cabeça...

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