Sabe tão bem tirar férias de ti,
Poder andar livremente na rua,
Sem procurar aquilo que perdi,
Procurar outra cara se não a tua.
Já falta pouco para te ver partir,
E muito para perceber que te perderei,
É longo o caminho que está para vir,
Afim de esquecer quem mais amei.
Ó! Horas infinitas que não passam...
Férias que se estendem até à eternidade!
Tentativas de abstracção que fracassam,
E o mal vestido de felicidade...
Escassas horas de luz,
Num banho de ilusões...
Os nossos corpos nus;
Carne atirada aos leões.
Comam! Saboreiem aquilo que já morreu,
O meu corpo deixado ao abandono,
Coberto de sangue sobre o teu,
Isento de alma, isento de dono.
Ah! Como doí viver,
Como me destrói!
Como este padecer,
É que me constrói!
Ah! Este estilhaço entrando em mim,
E os seus pedaços a incidirem no meu peito,
E espalham-se, limando-me a alma, é o fim!
Ajoelho-me de olhos fechados, e aproveito.
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