19 de novembro de 2012

Olha para mim

Olha para mim Deus do brilho,
Da-me a mão, levanta-me,
Deste chão húmido e frio,
Que a chama apagou-se,
E fiquei sem nada,
Da-me forças, da-me uma razão,
Levanta-me, levante-me deste chão.

Não me encontrarei sozinha,
Neste pântano de desespero,
Não saberei voltar...

Olha para mim cupido,
Acende a minha chama,
Levanta-me de manhã,
Leva-me a correr,
Pois tudo se esgotou em mim,
E fiquei entediada,
Desamparada,
E só.

Não me encontrarei sozinha,
Neste labirinto de ilusões,
Não saberei voltar...

Olha para mim Deus da razão,
Luta por mim contra o coração,
Não me deixes cair naquele poço,
Profundo e escuro,
Enterra o meu passado,
Da um nome ao meu presente.

Não me encontrarei sozinha,
Neste vazio que o seu nome deixou,
Não saberei voltar...

Olha para mim Deus do prazer,
Afunda-me em bem estar,
Leva-me ao infinito,
Quero subir, quero voar,
Afasta-me desta melancolia,
Da-me a vida que me tiraram.

Não me encontrarei sozinha,
Neste nó cego de raiva,
Não saberei voltar...

Olha para mim Deus da beleza,
Penteia o meu cabelo desgrenhado,
Desfaz estas riças,
Penteia a minha mente,
Pinta-me como um quadro,
Da-lhe cor, da-lhe forma,
Torna-o visível.

Não me encontrarei sozinha,
Neste oceano de desesperança,
Não saberei voltar...

Mata-me se não enterrar a dor,
Mostra-me o caminho,
Sê o meu farol numa noite de nevoeiro,
Para que assim possa regressar.

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