8 de outubro de 2012

A pequenez da minha cidade

Por entre os estores da minha janela,
Avisto ao longe uma velhinha na varanda,
Debruçada nela,
Olhando para um menino que anda
Por ai mendigando a quem passa.
Por sua vez aparece um senhor,
Com hálito a cachaça,
Que pensando fazer um favor,
Da à criança um cigarro.
Ao assistir à situação,
Um policia julgando tratar-se de um charro,
Da ao senhor um sermão.
O senhor não ouve e repara num passarinho,
Que voa voa voa,
Pousando no ombro do meu vizinho,
Que percorreu toda Lisboa,
Que viu uma infinidade de rostos,
E um desses conhecia-me a mim,
Ou à velhinha dos desgostos.







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