28 de junho de 2011

A batalha de olhos fechados.

Este texto relata uma realidade alterada, realidade essa que Não é a minha.

Eu durmo para tu não sofreres. Eu durmo para te poupar a mais um sacrifício. Eu durmo e é dormindo que me sacrifico. Dormir para te poupar. Passaria a noite admirando-te, se isso não te fizesse sofrer. Somos destruídos diariamente por expectativas. Somos levados ao abismo de manhã. Somos separados durante o dia mas à noite dormimos para não sofrermos. Egoismo? É por ti que durmo, porque o monstro que vive dentro de mim poder-te-ia magoar.
Sofres...cada vez que olhas para mim, cada vez que cheiras o meu corpo encostado ao teu ou que imaginas o sabor da minha boca lá ao longe, bem longe num espelho de ilusões... Como é que o desejo e a vontade não vencem o medo e a insegurança? Há derrotas por numero, há derrotas estratégia, há derrotas por azar, a nossa é uma derrota de emoções. Choro por ter de dormir, choro por não poder lutar. Choro por te ver inválido nesta batalha que só eu posso travar.
Falta me a armadura, falta-me um exemplo. É esse elemento que me dará a coragem que falta para fazer renascer esta guerra. Faltam me também as forças para me levantar deste chão húmido do sangue irmão.
Vou fazê-lo, não só pela minha pátria, não só por ti, mas vou fazê-lo antes de tudo por mim! Quero ser uma pessoa melhor. Quero ser quem nunca fui, quero ser uma heroína. Quero transformar o meu ser, quero transformar a minha alma, quero transformar o meu corpo. E no final de contas, só me quero transformar naquilo que sou. Pois esta não sou eu, esta que se protege fingindo-se de morta.......não sou eu. Eu sou melhor do que isso, eu tenho mais para dar! Tenho um mundo para salvar, mas antes, tenho de me salvar a mim.

Mais um suspiro e levanto-me. O tempo não joga a meu favor...o tempo não esperou por mim. Mas chega! A pausa foi demasiado longa, não há nada a perder. Preparem-se todos: a batalha vai (re)começar.

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