27 de abril de 2011

Le Bonheur de Pâques

Estou cheia de sono mas ia fazer um esforço para te ver hoje por ser a tua última noite em Portugal. Mas agora que penso...para quê? Vais te embora amanhã, e eu vou ficar. Não quero ter saudades tuas. Sei que se te visse hoje, teríamos uma noite fantástica. Se calhar por isso é que tenho medo. Chega de amores impossíveis. Chega de saudades. Não passaste de uma pessoa espectacular que conheci e que veio preencher as minhas férias, e até carimba-las. Quero olhar para trás com um sorriso enorme, com memórias felizes, com carinho, mas nunca com nostalgia. Eras quem procurava discretamente. Vi te e quis. O melhor disto tudo é que tive. Acho-te piada, acho-te parecido comigo, acho-te amoroso mas acabou aqui. É assim a vida, as pessoas vêm e vão conforme o Destino manda. É triste haver um limite, é triste que a vida seja tão rigorosa. Ter um prazo é sufocante. Temos de filtrar os sentimentos para equilibrarmos a nossa alma. Não podemos cair no erro estúpido de nos agarrarmos demais. Somos simplesmente levados pela corrente e esperamos até chegar à foz do rio onde somos libertados e separados. E vamos ser, não há nada a fazer...
Mas a nossa história tem piada, olho para ti, e vejo um miúdo lindo, olhos pequenos, redondos, azuis. Cabelo claro com um corte pertinente. Tamanho mediano, óculos alternativos, sapatos clássicos, estilo diferente do Português. Mas acima de tudo, vejo que o teu futuro não vai ser fácil, leio incertezas na tua cara, vejo insegurança nos teus gestos...não comigo, com o teu grupo. Vejo que as raparigas adoram-te, elas vêem-te como um irmão. Vejo o brilho nos teus olhos quando olhas para os teus amigos e depreendo depois disto tudo, que tu, meu amigo, tens os dias contados no meio das mulheres..

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