28 de outubro de 2010

De herói a zero

O momento mais triste, na minha opinião, é aquele em que descobrimos que afinal, uma certa pessoa não é tão perfeita como nós imaginávamos. É a desilusão do dia em que deixamos de ver um modelo e passamos a ver uma pessoa vulgaríssima, sem interesse e sem mais nada para mostrar. Porque é que eu preciso sempre de um modelo? ou de um objectivo? Ao fim destes anos descobri que afinal não existem pessoas que nos contemplem ao máximo e, com as quais poderíamos viver sem nunca nos fartarmos. Falo por mim, que rapidamente percebi que todo o esforço foi em vão, porque a luta nunca compensa o "troféu". A luta é muito mais gratificante, pois é o momento em que estamos a viver. Enquanto o dito "troféu" é só um objecto sem fundamento. Se, pelo o contrário, não houvesse luta, mas houvesse logo um troféu dado, o caso seria diferente. Porque o processo de conhecimento teria mais impacto e seria mais dourador, na minha opinião. Vou fazer as coisas ao contrário. Quero investir no tempo e não no prazer. Quero segurança e não adrenalina. Chega de expectativas.

6 comentários:

Anónimo disse...

Tenho a dizer que não concordo quando dizes que chega uma altura em que constatamos que não existe pessoa da qual não nos fartamos. Achas mesmo isso? Achas mesmo que não existe NINGUÉM que admires com todas as tuas forças e que, por mais que não o seja, acabas por ver a perfeição nela? Aliás... isso porque aprendes a idolatrar/venerar/adorar uma pessoa não por ser uma pessoa perfeita mas por aprenderes a ver perfeitamente uma pessoa imperfeita. Mas isto foi um (...) ...

isa disse...

olá olá :)
se gosta de colares com camafeus (entre outros), visite o meu blog de bijuteria/artesanato:

www.atelierizzy.blogspot.com

obrigada e bom fim de semana
:)

Leonor Ramada disse...

Não existe a pessoa, quer dizer, existe por uns tempos mas rapidamente deixa de ser. É como o amor, o amor acaba. Por isso é que deixei de acreditar nele. Claro que sim! Eu tenho milhares de "idolos" mas sei que toda esta admiração acaba no momento em que eu descobrir tudo o que há para descobrir. Eu farto me das pessoas que admiro porque me desiludem quando revelam ser só mais uma pessoa.

Anónimo disse...

Fiquei um pouco espantada com este teu blogue. Tens um estilo interessante, fluido e muito claro. Gostei muito de ler tudo aquilo que escreves-te, embora subressaia sempre algo de muito negativo. Percebo bem todas as ideias, sentimentos que descreves. A solidão sendo o mais comum, e devo dizer que achei não só comovente como algo corajoso, espores-te dessa maneira. Decidi comentar neste "Herois a zero" porque parece-me que fizeste uma observação totalmente açeitavel e veredicta, mas acho que deste uma emphase curiosamente grande à admiração e à idolateração das pessoas. Pessoalmente eu não idolatro ninguem, contento-me em admirar algumas caracteristicas de algumas pessoas, e daí tento adquiri-las. O gandhi disse, no seu livro "tous les hommes sont de fréres" que se uma pessoa era capaz de fazer algo, então isso significava que era possivel faze-lo e por consequente que ele poderia faze-lo. O que eu quero dizer com isto é que, não se é amigo de pessoas que se idolatra ou se põe num pedestal, porque ninguem é diferente de nós, ninguem é melhor e ninguem é pior. E a ilusão de que existe perfeição é que acaba por fazer soffrer e incentivar a solidão. é se amigo, porque no caminho que se percorre a conhecer uma pessoa, aprende-se imenso. Cada pessoa tem backgrounds diferente e reage a coisas de maneira diferente, é preciso ser tolerante e appreciar tanto as boas qualidades como as menos boas Se chega a uma altura em que uma pessoa que achasses fantástica, desca na tua consideração, não te podes desiludir. O que interessa não é que uma amizade acabe, mas que uma amizade tenha sido vivida.

Eu não me vou prolongar sobre o assunto, porque não me quero intrometer de maneira alguma.

Desejo-te o melhor

Anónimo disse...

Fiquei um pouco espantada com este teu blogue. Tens um estilo interessante, fluido e muito claro. Gostei muito de ler tudo aquilo que escreves-te, embora subressaia sempre algo de muito negativo. Percebo bem todas as ideias, sentimentos que descreves. A solidão sendo o mais comum, e devo dizer que achei não só comovente como algo corajoso, espores-te dessa maneira. Decidi comentar neste "Herois a zero" porque parece-me que fizeste uma observação totalmente açeitavel e veredicta, mas acho que deste uma emphase curiosamente grande à admiração e à idolateração das pessoas. Pessoalmente eu não idolatro ninguem, contento-me em admirar algumas caracteristicas de algumas pessoas, e daí tento adquiri-las. O gandhi disse, no seu livro "tous les hommes sont de fréres" que se uma pessoa era capaz de fazer algo, então isso significava que era possivel faze-lo e por consequente que ele poderia faze-lo. O que eu quero dizer com isto é que, não se é amigo de pessoas que se idolatra ou se põe num pedestal, porque ninguem é diferente de nós, ninguem é melhor e ninguem é pior. E a ilusão de que existe perfeição é que acaba por fazer soffrer e incentivar a solidão. é se amigo, porque no caminho que se percorre a conhecer uma pessoa, aprende-se imenso. Cada pessoa tem backgrounds diferente e reage a coisas de maneira diferente, é preciso ser tolerante e appreciar tanto as boas qualidades como as menos boas Se chega a uma altura em que uma pessoa que achasses fantástica, desca na tua consideração, não te podes desiludir. O que interessa não é que uma amizade acabe, mas que uma amizade tenha sido vivida.

Eu não me vou prolongar sobre o assunto, porque não me quero intrometer de maneira alguma.

Desejo-te o melhor

Leonor Ramada disse...

fico muito grata por este comentário, motivou-me imenso. Já passou um ano desde que foi escrito mas a verdade é que sempre esperei pela altura certa para responder... Hoje ao rever alguns textos deparei me com este comentário e li-o como se fosse a primeira vez. E motivou-me outra vez e por isso agradeço imenso. Acho que tem razão em tudo o que diz, eu é que tive sempre tendência a idolatrar demasiado as pessoas, e a arranjar uma nova cada mês. Sou algo inconstante mas ter alguém assim dá animo à minha rotina, distrai-me de coisas menos boas e faz me sonhar um bocado.
Gostava de um dia saber quem é (visto que está em anónimo) porque apesar de tudo sou humana e curiosa, e já vi que é francesa pois escreveu algumas palavras com a ortografia francesa.
Mais uma vez muito obrigada pelo comentário, E desculpe a demora da resposta.