5 de setembro de 2009

Quero o tempo que passou.

O ar está pesado, doí me o corpo, doí me a mente. Não amei mas gostei, isso chegou. Agora o que resta? Apenas uma recordação de alguém que de mim fez parte, de forma tão diferente. Nada foi concreto, dele restou a saliva que deixou ao enrolar sua língua na minha. Nem uma imagem, nem um colar, nem um casaco, nada de nada. Ele não era importante até me deixar. Foi nessa altura que me apercebi que gostava do que estava a acontecer, gostava de me sentir amada, desejada. Agarro-me a essa recordação, pois é isso que resta dele. Lembro vagamente da sua cara, sei que tinha uns grandes olhos azuis, lembro-me também que lhe começava a crescer o bigode pois sempre que as nossas bocas se juntavam, eu sentia qualquer coisa que me incomodava, mas não o suficiente para parar. Lembro-me do nariz, aquele que ele fazia tanta questão de roçar no meu, delicadamente, demonstrando afecto. Seus dedos no meu pescoço, o seu cheiro... Eu ficava satisfeita, sentia me feliz. A maneira como ele falava, mostrava ser tão seguro no que dizia.
Tenho saudades.

1 comentário:

disse...

é muito bom ler-te porque encontro um bocadinho das minhas historias aqui :)