21 de fevereiro de 2019


É engraçado como as coisas são e como te são reveladas. A Arte fala-te daquilo que sempre esteve ali mas que tu nunca soubeste expressar. Aparece-te como um "É isto! Eu já sabia", uma certeza de que há outros, de que pertencemos a uma esfera maior - a qualquer coisa que é comum ao próximo. 
Foram algumas as coincidências que me levaram até ao atributo que há 5 minutos contemplei como sendo o principal atributo que aprecio no outro que escolho - que o faz tão Grande aos meus olhos, que encarna coisas que ainda não sou. É facto que esse mesmo se liga - como é expectável - a uma carência minha - e um atributo Louvável. E isso não é mais do que o exemplo que foi escolhido há um ano, pela minha professora de filosofia do amor, para exemplificar a Virtude. A virtude, tema central da ética, área da filosofia que contempla o dever moral na sociedade em prol do Bem Maior. O mesmo que - direi agora antes de tempo - como sendo um dos mais relevantes no que toca à formação do CARÁTER. 
As pessoas tendem a amenizar os prazeres. Tendo vidas altamente calendarizadas sem grande espaço para grandes tumultuos. Sabem o que vão fazer no próximo mês, o espaço que haverá para irem ao ginásio ou descansarem ao sol - se houver! 
Todavia há um caminho alternativo que se estende. Esse caminho é o da Criatividade. E de que se alimenta mais a criatividade em prática, que não da CORAGEM? Coragem de ser, e acima de tudo, de não ser o expectável. De ir por onde os outros não vão e decidir contra as vozes que se querem fazer ouvir. Toda a gente sabe do que falo... Todavia nem toda a gente quer andar perto de quem a personifique - afinal ela choca demasiado com a paz que prezamos que exista. 
É engraçado como as coisas são e como nos são reveladas. Afinal, a Coragem sempre andou perto de mim e "Eu já sabia" mas não soube apreciar correctamente. Afinal, as palavras podem fechar as coisas em caixas tão restritas, mas também é a partir delas que podemos fazer circular o que sentimos, em direcção ao Outro, ecoando dentro dele parte de nós. E que bom que ecoem, e que bom que estejamos vivos!


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