3 de novembro de 2014

Fecho os olhos, e de repente és tu ao meu lado no carro, é de noite, está frio, o rádio canta as músicas do antigamente, e sinto de novo a tua mão áspera no meu rosto cansado e repousado sobre o teu ombro, sinto o cheiro dos teus cabelos, os teus lábios, a minha mão na tua... Para onde íamos?

Às vezes esqueço-me que foste sol. 

Esperei por ti todos os dias desde que partiste, não para te ter, mas porque sempre pensei que a nossa casa fosse quente o suficiente para te trazer de volta.

Sinto-te a desaparecer, devagar, sem deixar vestígios, nada que me ajude a relembrar-te.. Que deselegância deixar-te partir assim de dentro de mim, eu que disse que te daria toda a minha vida, que lutaria por nós mesmo quando já não me visses... Espero que saibas que encontrei paz sem ti, mas que todos os dias há algo que te traz a mim, porque tu és parte de quem sou, és parte de onde venho. 

Estás em cada linha, em cada passo, em cada suspiro, como a lembrança de lugar onde fui feliz.

Com muito carinho e para sempre tua.

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