17 de novembro de 2013

Linha

Que angústia sem fim. O tempo passou, a minha vida deu mil voltas, passei por muito, subi do submundo até ao céu, todavia, tudo me parece tão triste. Este sentimento de instabilidade, de que o tudo se torna em nada, e a verdade em mentira, e os acontecimentos em recordações, está a destruir qualquer réstia de esperança. Sou sempre a mesma, Desta vez é real, e é para sempre, É sempre desta vez que é para sempre. Mas tudo passa, e tão tristemente padece.
Eles padeceram, e nós havemos de padecer também, e a dor da perda, aquela que mantêm o objecto vivo, também ela há de padecer.
Tudo o que nos resta é o momento presente, aquele que detemos nas nossas mãos, um simples segundo, totalmente mortal, um ponto, perdido numa longa recta que nos conduz directamente à morte.
Muitos pontos, poucas linhas.
O que fazer desta vida? Pontuar o mais possível? Para quê? Uma vez que atingirmos a meta, ficarão apenas cinzas.
Já não sei se acredito em linhas, e já não sei se tu e eu podemos traçar uma.
Haverá alguém que consiga traçar uma paralela à minha vida? Alguém que esteja lá para me ver a pontuar...
Fica comigo, traça a puta de uma linha comigo!!!!

Sem comentários: