15 de fevereiro de 2013

15/02/2013

Este dia chegou, e nunca pensei que chegasse mesmo, nunca pensei que fosse real, e mesmo agora que o vivi, continuo a não acreditar. Vivo na ilusão, foste apenas de férias e voltarás brevemente, assim como eu vou amanhã de férias e voltarei uma semana depois...
E estranhamente ainda não chorei, deduzo que seja exactamente pelo facto de não acreditar que é real, que tu partiste para viver do outro lado do oceano... Estão tão longe os tempos em que éramos felizes, em que estava calor, em que me davas atenção, e em que eu não era tão pequena ao teu lado... Como é que em alguns meses tu pudeste chegar tão alto? Como é que me fizeste encolher tanto, e rastejar aos teus pés, e andar de joelhos, e ficar deitada no chão de uma rua sem nome coberta de vícios...
És uma pessoa incrível que não esquecerei, e não me canso de dizê-lo, pois após ter-te conhecido percebi que há coisas extremamente surpreendentes neste mundo... E quando penso que andámos no mesmo liceu, que partilhámos as mesmas salas, as mesmas mesas, as mesmas cadeiras, que me cruzei tantas e tantas vezes contigo nos corredores, que tive todas as oportunidades para te conhecer, e todo o tempo do mundo para te ter... Mas foi tarde demais... Cedo para mim que sonho antes de pensar, que acredito no momento, e que esqueço as consequências, mas tão tarde para ti...
Não te quero perder, não te posso perder...
Amor, Lisboa está vazia, o meu futuro é uma incógnita que não procuro, agarro-me às recordações por estares nelas e espremo-as com força, bebo o liquido ácido que delas escorre, e saboreio o momento. E doí, volto a fazê.lo, e continua a doer, e paro, tento abstrair-me, e levanto-me calmamente, mas para onde ir? Lisboa está deserta, assim como toda a minha vida...

Un seul être vous manque, et tout est dépeuplé. Lamartine

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