7 de dezembro de 2011

Tristeza

É do tempo, é de mim, é de ti? De onde vem tenta tristeza, tanta solidão, tenta melancolia? Estou tão triste e não sei porquê. Vejo ondas, vejo vento, vejo tudo mas não me vejo a mim. Não tenho luz, estou às escuras. Não estou a avançar, o progresso é impossível sem ti. Não há nada que me prenda e no entanto, tu existes. Não consigo largar a mão, não consigo desfazer o laço que nos une. É muito, é demais. Eu tentei, não podes censurar a falta de vontade mas ao fim de todos estes meses continuo a precisar de ti. Continuas a ser a minha primeira escolha, continuas a ser a inspiração e a razão para a minha mágoa. Estou parada há tanto tempo e não faço ideia de como andar. Só quero ficar aqui, entregar-me a estas linhas e esperar. Os próximos meses estão vazios, por quem lutei, já tive. Tenho tudo e no entanto não sou feliz. Falta me talvez a mudança, falta me a evolução e falta me a causa. Sei que é perigoso eu olhar para ti porque sei que este é o corte final. Eu devo-te tudo! Devo-te tantos textos, tantos poemas, tantos centímetros e raciocínio.
Com este texto, tudo o que consegui fazer foi olhar para trás, voltar onde nunca saí. Tu tinhas morrido, o tu tinha deixado de existir, fiquei com o ele, então porquê voltar a ti? 
Quem me rodeia não entende a minha mágoa, o meu sofrimento, a minha dor. Todos olham de lado, todos julgam mas ninguém ouve. As pessoas não se interessam pelos outros, só o fazem quando isso os perturba a eles mesmos.
Estou a pagar tão caro pelo que te fiz. Estou a ser espremida até à ultima gota. O meu sumo é preto e imperfeito. O preto é uma cor tão monótona, tão velha, tão morta. Já chega! Não consigo mais porque conheço a salvação mas não consigo chegar até ela, não tenho forças, e não há coisa mais frustrante, mais claustrófobica ou mais desmotivante. Salvem-me, tirem me este peso de cima. Com ele não consigo nem comer, nem beber, tudo o que vou ingerindo, é consumido por ele.
Quando é que cometi esta estupidez? Quando é que prometi dedicar anos da minha vida a sofrer? Quando é que ambicionei uma ferida?
Contigo era tudo tão mais fácil...Quando é que te foste embora?
Liberta este espaço, deixa me ser feliz para voltar a conhecer a tristeza, deixa-a ter outro nome, deixa-a ter outra causa. Infelizmente eu iria até à morte por ti, e ninguém entende as minhas palavras porque ninguém te conheceu, ninguém te amou como eu te amo. Às vezes a memória altera as cores e as formas mas neste momento, todo o teu ser está retratado da maneira mais objectiva e pertinente. Apesar de tudo, tu és só uma estátua, és apenas alguém que morreu, alguém em quem nunca poderei tocar. Alguém que amo mas que nunca terei. 

2 comentários:

Anónimo disse...

quem será o individuo que te dá essa inspiraçao td para escrever??? ve o lado positivo, esses gds textos!

Anónimo disse...

quem será o individuo que te dá essa inspiraçao td para escrever??? ve o lado positivo, esses gds textos!