27 de março de 2011

Um soneto para encerrar o livro.

Carecia de ti a toda a hora,
Fechaste-me numa cárcere escura.
Com claustrofobia fiquei, noite fora.
Muito tempo passou mas a dor perdura.

Viajava com a certeza de voltar,
Via-te como um porto de abrigo.
Uma noite, no meu regresso, ao luar,
Mudei de olhos, mudei de inimigo.

Exalas o teu perfume celestial,
Cheiro-o com indiferença, já distante.
Deixou de doer, deixou de me fazer mal.

E hoje vejo-te como um emigrante,
Que numa bela manhã, deixou Portugal,
Persistindo o meu perpétuo amante.

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